Institucional

24º Domingo do Tempo Comum

06.09.2021
Liturgia

24º Domingo do Tempo Comum

Oração: “Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração”.

Primeira leitura: Is 50,5-9a
Ofereci minhas costas aos que me batiam.

A 1ª leitura é o terceiro dos quatro cânticos do Servo do Senhor que foram inseridos na segunda parte do livro de Isaías (Is 40–55). O Servo apresenta-se como discípulo, preparado pelo próprio Deus, para falar palavras de conforto aos judeus desanimados no exílio da Babilônia. Cada manhã Deus abre os ouvidos do Servo para que possa acolher sua mensagem comunicá-la ao povo. O Servo tem os ouvidos abertos para obedecer ao Senhor e acolher sua mensagem. É um discípulo obediente, sempre atento à mensagem divina. Por isso recebeu “uma língua de discípulo” (v. 4), capaz de transmitir palavras de conforto aos exilados. O Servo obediente não faz resistência à mensagem que Deus lhe pede para anunciar. Também não recua diante do desprezo, das humilhações e agressões sofridas por parte dos que se opõem à sua mensagem. Não recua diante dos opositores porque confia em Deus, seu Auxiliador. O profeta percebe Deus como um “auxílio” sempre bem próximo, pronto para socorrê-lo; mais próximo do que Adão e Eva, criados por Deus como “auxílio” necessário um para o outro. A Palavra que ouvimos inspira confiança e uma atitude de discípulo, obediente à vontade do Senhor, frente à violência e ao desprezo sofridos.

Salmo responsorial: Sl 114

Andarei na presença de Deus, junto a ele, na terra dos vivos.

Segunda leitura: Tg 2,14-18
A fé, se não se traduz em obras, por si só está morta.

Paulo, em suas cartas, fala da fé como dom de Deus, condição para nos tornarmos filhos de Deus. Pelas nossas boas obras, diz Paulo, jamais poderemos “comprar” ou merecer este dom. Tiago fala para cristãos que já receberam o dom da fé e são filhos de Deus. Havia nas comunidades cristãs pessoas que interpretavam mal as palavras de Paulo, como se bastasse ter fé em Cristo, sem as boas obras. Para estes, Tiago lembra que não basta ter fé em Deus e em Cristo Jesus para ser salvo. A fé que não se traduz em obras – diz Tiago –, por si só está morta. É preciso que a fé dos que são filhos de Deus brilhe pelas boas obras que praticam. Mateus deixa isso claro: “Vós sois a luz do mundo (…) assim que deve brilhar vossa luz diante das pessoas, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus” (Mt 5,14-16).

Aclamação ao Evangelho

Eu de nada me glorio, a não ser, da cruz de Cristo;

vejo o mundo em cruz pregado e para o mundo em cruz me avisto.

Evangelho: Mc 8,27-35
Tu és o Messias… O Filho do Homem deve sofrer muito.

Domingo passado vimos como Jesus curou um surdo-mudo, tocando-lhe com saliva os ouvidos e a língua. Tirou o surdo-mudo de seu isolamento. Agora ele podia ouvir e ser ouvido. Apesar da proibição de divulgar o fato, o homem não parou de falar. Jesus curava cegos, surdos, mudos, coxos e leprosos, mas estava preocupado com os discípulos. Ainda antes do evangelho que acabamos de escutar, Jesus curou um cego em Betsaida (Mc 8,22-26). Havia bastante tempo que os discípulos seguiam a Jesus, no entanto continuavam surdos e cegos diante de seus ensinamentos e de sua pessoa. Jesus estava impaciente e queria curar a cegueira e a surdez dos próprios discípulos: “Tendo olhos, não vedes e tendo ouvidos não ouvis” (8,18)? Por isso retirou-se com os discípulos para Cesareia de Filipe, junto às nascentes do rio Jordão. Era hora de esclarecer qual era a sua missão. Queria saber o que pensava o povo a seu respeito. Eles responderam: “Alguns dizem que és João Batista; outros que és Elias, outros ainda, que és um dos profetas”. Então Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou”? Nesse momento devem ter posto os olhos em Pedro… Ele, então, tomou a palavra e disse: “Tu és o Messias”. Chegamos assim ao núcleo central da fé cristã, isto é, que Jesus é o Messias esperado, o Cristo, o Ungido do Senhor. Jesus, porém, proibiu que falassem disso aos outros. Precisava antes esclarecer que tipo de Messias ele era, para não alimentar, mais ainda, falsas expectativas. Pedro, provavelmente, pensava num Messias “filho de Davi”, guerreiro e libertador da opressão estrangeira. Jesus queria tirar essa imagem de Messias que estava na cabeça de Pedro e seus companheiros. Por isso “começou a ensiná-los” em que sentido ele era o Messias. Jesus nunca disse ser Ele o Messias, mas se identificava como o Filho do Homem. Como tal, devia sofrer e ser rejeitado pelos chefes do povo; devia morrer, mas ressuscitaria após três dias. Pedro, percebendo que seu projeto de fazer de Jesus um “filho de Davi” guerreiro caía por terra, tenta corrigir o Mestre, deixando claro qual era o Messias que eles esperavam. Jesus olhou para os discípulos e chamou Pedro de “satanás”; isto é, adversário, alguém que tenta desviar Jesus do projeto de Deus, e ordenou que se coloque atrás dele. Jesus é o mestre que ensina e mostra o caminho. Como discípulo, Pedro devia seguir o mestre e o caminho do Servo Sofredor (1ª leitura), escolhido por Jesus. Por fim, Jesus convida os discípulos e a multidão (todos) a segui-lo pelo mesmo caminho: Quem quiser tornar-se discípulo de Jesus, deve renunciar-se a si mesmo, tomar a sua cruz e o seguir pelo mesmo caminho. Renunciar-se a si mesmo é saber “perder a sua vida”, por causa de Cristo e do Evangelho, a fim de poder ganhá-la.

Jesus continua sofrendo com os pobres e abandonados. Continua sofrendo com as vítimas da pandemia do Covid-19, com os desempregados e famintos. Alegra-se, porém, quando vê médicos, enfermeiras e tantas pessoas arriscando suas vidas para cuidar e salvar a vida dos outros. Louva o Pai, ao ver tantas pessoas auxiliando a quem passa fome.

FREI LUDOVICO GARMUS, OFM

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