Institucional

19.04.2025
O SILÊNCIO DO SÁBADO SANTO: PALAVRA QUE FALA AO CORAÇÃO
Chegando ao fim desta quaresma, demos início ao Tríduo Pascal na última quinta feira. Uma celebração única que se estende em três dias, marcada pela simplicidade e rica de símbolos que destacam o centro de todo ano litúrgico e, consequentemente, da vida cristã. É Páscoa!
Hoje, no Sábado Santo, a liturgia nos convida ao silêncio. Sem sombra de dúvida é um elemento que intriga, às vezes conforta e às vezes incomoda. O silêncio é de muitas maneiras ensurdecedor, assim é o silêncio da Cruz.
No momento da Cruz – que se estende neste dia – temos a oportunidade de adentrar no mais íntimo do amor de Cristo. O silêncio deste sábado é a palavra que o Filho de Deus dirige a nós. Em um itinerário plenamente humano aprendemos que a linguagem do amor nos surpreende, onde a redenção vem através de um silêncio fecundo: escutamos – paradoxalmente escutamos – a voz de Deus, que fala ao coração e indica o itinerário deste tríduo Pascal.
O silêncio é parte do mistério, porque não está desconectado com o restante dos outros elementos. Em um mundo onde escutamos tantas coisas – discursos diversos, polarizações, disputas, ataques e defesas – o silêncio se mostra como um meio necessário para criarmos o ambiente interno que seja lugar para que a graça de Deus faça morada.
Essa interioridade do Sábado Santo não significa um afastamento da vida e da realidade de nosso tempo, mas é justamente o contrário, é o lugar próprio do reconhecimento dos sinais que nos cercam: “Acorda, tu que dormes!”. Passamos assim a ver o mundo e as relações humanas com os olhos de Deus. Ele é a verdade que liberta.
O Senhor assumindo nossa natureza humana, coloca-nos dentro desta perspectiva. Tudo se faz novo! Vamos adentrar no mistério Pascal de Cristo através do silêncio que nos é dado neste dia. Contemplemos o quanto o plano de amor, a vitória sobre a morte, a vida nova em Cristo é uma realidade já conquistada por nós através d’Ele.
Paz e Bem!
Frei Gabriel Nogueira, OFM