Institucional

Sagrada Família, ano A

27.12.2019
Liturgia

Sagrada Família, ano A

 Oração do dia: “O Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família como exemplo, concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes, para que, unidos pelos laços do amor, possamos chegar um dia às alegrias da vossa casa”.


1. Primeira leitura: Eclo 3,3-7.14-17a
Quem teme o Senhor, honra seus pais.

O tema da 1ª leitura está centrado no relacionamento ideal dos filhos com seus pais. A reflexão se baseia no 4º mandamento, “honra teu pai e tua mãe, para que vivas longos anos na terra que o Senhor teu Deus te dá” (Ex 20,12). Apoia-se também na tradição sapiencial de Israel e dos povos vizinhos. O ensino sapiencial é dado pelo sábio a seus discípulos ou pelo ancião da família a seus filhos. Por isso, os conselhos se dirigem mais aos filhos que aos pais. Um relacionamento de respeito e de amor dos filhos com os pais traz e bênção de Deus, que é uma vida feliz. Ao contrário, o mau relacionamento na família traz a desgraça e a maldição. O texto termina exortando os filhos para que honrem e cuidem de seus pais, especialmente na velhice. Segundo o sábio, esse cuidado amoroso aos pais idosos servirá como reparação dos pecados cometidos contra seus pais.

Salmo responsorial: Sl 127
Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos.


2. Segunda leitura: Cl 3,12-21
A vida da família no Senhor.

Na exortação, Paulo se dirige em primeiro lugar à Igreja (v. 12-17), composta por famílias cristãs. Em seguida, a cada família cristã. Desde o batismo, os cristãos são amados por Deus, santos e eleitos. Em consequência, devem revestir-se das virtudes de Cristo: misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência. Para superar divergências na comunidade, recomenda-se suportar uns aos outros e perdoar-se mutuamente (Pai Nosso!). Antes de tudo, é o amor mútuo que une os cristãos na comunidade. Assim, o cristão estará unido a Cristo e aos irmãos, formando um único corpo. Esta união de amor se fortalece pela palavra de Cristo, pela catequese e pela admoestação. Deus quer habitar no coração das pessoas, pois é do coração que brota a liturgia, os salmos, os cânticos de louvor e gratidão e todas as boas obras serão feitas em nome do Senhor Jesus Cristo.
As admoestações dirigidas à família são válidas ainda hoje: as mulheres sejam solícitas “como convém no Senhor”; os maridos devem amar suas esposas, evitando grosserias; os filhos sejam obedientes em tudo a seus pais, “pois isso é bom e correto no Senhor” (Evangelho). A autoridade dos pais seja exercida com mansidão, para não intimidar nem desanimar seus filhos. A família cristã se orienta pela sabedoria recebida dos pais, mas é fortalecida no amor de Cristo, que quis morar na Sagrada Família e era obediente a Maria e José (cf. Lc 2,51).

Aclamação ao Evangelho
Que a paz de Cristo reine em vossos corações
e ricamente habite em vós sua palavra.


3. Evangelho: Mt 2,13-15.19-23
Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito.
No domingo entre o Natal e o Ano novo é sempre lembrada a Sagrada Família de Jesus, Maria e José. As duas primeiras leituras são as mesmas dos anos B e C. No ano A, o Evangelho é tirado de Mateus. Para descrever a fuga da Sagrada Família para o Egito e seu retorno para a terra de Israel, Mateus faz um paralelo com a história de Moisés, o libertador de Israel do Egito. O Faraó tinha mandado matar todos os meninos hebreus recém-nascidos. Então, a mãe de Moisés expôs seu filho numa cesta de palha nas margens do rio Nilo. Ali a filha do faraó costumava banhar-se; vendo o lindo bebê, teve pena dele e o adotou como filho. Moisés foi criado pela própria mãe e, depois, no palácio do faraó. Já adulto, Moisés tenta libertar seus irmãos hebreus da escravidão, mas é perseguido pelo Faraó e foge para o deserto. Quando morre o Faraó opressor dos hebreus, Deus envia Moisés de volta ao Egito para libertar Israel da escravidão. Da mesma forma, quando Herodes sente-se ameaçado por um menino nascido em Belém, de quem se dizia que seria o futuro rei, manda matar todos os meninos ali nascidos até a idade de dois anos. Um anjo alerta a José para que fuja às pressas com o menino e sua mãe para o Egito, e Jesus é salvo da morte. Informado pelo anjo a respeito da morte de Herodes, José recebe a ordem de voltar a Israel. Para mostrar que a fuga para o Egito e o retorno a Israel refazem a história da libertação dos hebreus do Egito, Mateus conclui: “Assim aconteceu para que se cumprisse a palavra do profeta: ‘Do Egito chamei o meu Filho’”. Antes, Israel era o filho. Agora, Jesus é o “Filho amado” (Mt 3,17). Por fim, a Sagrada Família se estabelece em Nazaré. E Mateus conclui: Assim aconteceu para se cumprir o que os profetas tinham falado: “Ele será chamado Nazareno”. Esta frase liga a história da infância com a vida pública de Jesus e é um prenúncio de sua futura morte. A sentença de morte, pregada na cruz, dirá: “Jesus Nazareno, o rei dos Judeus” (Jo 19,19; Mt 27,37).
A família de Nazaré é um modelo para nossas famílias pobres, desempregadas, expulsas de suas casas, obrigadas a migrar para outras cidades ou países em busca de segurança e educação para seus filhos. Hoje, milhões de famílias, ameaçadas pela fome causada pelo aquecimento global ou pela violência político-religiosa são forçadas a migrar em busca de trabalho, segurança e paz em outros países. É numa realidade conflitiva semelhante àquela em que o Filho de Deus se encarnou. Maria e José tiveram que deslocar-se para o recenseamento, de Nazaré a Belém, onde Jesus nasceu numa estrebaria. A Sagrada Família foi obrigada a migrar para o Egito, fugindo da ira do cruel rei Herodes. Jesus viveu numa família pobre, humilde e piedosa, ameaçada pela violência, mas, confiante na proteção divina.

Frei Ludovico Garmus, ofm

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