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Pentecostes, ano C

06.06.2019
Notícias

Pentecostes, ano C

 Oração: “Deus eterno e todo-poderoso, quisestes que o mistério pascal se completasse durante cinqüenta dias, até a vinda do Espírito Santo. Fazei que todas as nações dispersas pela terra, na diversidade de suas línguas, se unam no louvor do vosso nome”.


1. Primeira leitura: At 2,1-11
Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar.

João coloca a doação do Espírito Santo no dia da Páscoa, quando Jesus ressuscitado aparece aos apóstolos reunidos no Cenáculo (Evangelho). O evangelho de Lucas (cap. 24) também coloca no mesmo dia as manifestações de Jesus Ressuscitado aos discípulos de Emaús e aos apóstolos, concluindo com a promessa do Espírito Santo e a Ascensão de Jesus ao céu. Nos Atos dos Apóstolos, porém, situa a Ascensão quarenta dias após a Páscoa e, dez dias depois, na festa judaica de Pentecostes, o dom do Espírito Santo. Na origem, Pentecostes era uma festa agrícola ligada à colheita do trigo, celebrada sete semanas após a festa da Páscoa. Era uma das três festas de peregrinação. Nesta festa, o israelita devia comparecer diante de Deus e apresentar os primeiros frutos da colheita do trigo. No II século a.C., a festa de Pentecostes passou a comemorar a promulgação da Lei de Moisés no Sinai, feita 50 dias após a saída do Egito (cf. Ex 19,1-16). Na teofania do Sinai, a descida de Deus era acompanhada por “trovões, relâmpagos (...) fortíssimo som de trombetas (...) em meio ao fogo” (Ex 19,16-19). Rabi Johanan dizia a respeito: A voz divina “saiu e se repartiu em setenta vozes ou línguas, de modo que todos os povos a entendessem; e cada povo ouviu a voz em sua própria língua”. Lucas conhecia tal tradição. Por isso, fala que a doação do Espírito se dá em meio a um “barulho” e “forte ventania”. Com a voz do Sinai, repartida em setenta línguas, a Lei de Moisés tornou-se conhecida em todo o mundo e unia os judeus dispersos no Império Romano. Agora, a partir de Jerusalém (At 1,8), também o Evangelho é pregado a todos os povos, citados em nosso texto. A diversidade das línguas nas quais cada um entendia a mensagem do Evangelho é um convite aos apóstolos e discípulos, impulsionados pelo Espírito Santo, para levar a mensagem de Jesus a todos os povos e culturas. Todos os povos estão ouvindo a mensagem do Evangelho, levada pelos discípulos e discípulas que aprenderam ou conheciam suas línguas.

Salmo responsorial: Sl 103

Enviai o vosso Espírito, Senhor,
e da terra toda a face renovai.


2. Segunda leitura: 1Cor 12,3b-7.12-13
Fomos batizados num único Espírito, para formarmos um único corpo.

Paulo fala longamente para a comunidade de Corinto sobre os dons do Espírito Santo (1Cor 11,2-16; 12,1-14,39). Sem estes dons, nada podemos fazer, nem mesmo dizer: “Jesus é o Senhor”. Os dons ou “carismas” são “atividades”, serviços ou manifestações do Espírito “em vista do bem comum”; cada membro presta serviço para o bem do mesmo corpo. Paulo usa a imagem do corpo que tem muitos membros, mas forma uma única unidade. O Espírito nos unifica num só Corpo com o Cristo: “judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num único Espírito”. O Espírito Santo distribui seus dons / carismas em vista do bem da comunidade, e não para distinguir esta ou aquela pessoa. A manifestação do Espírito se dá em todos os membros da comunidade. Não é privilégio do clero, dos religiosos ou de “grupos carismáticos”. O projeto imperial de Babel era de impor o domínio, unindo todas as raças e culturas por meio de uma só língua (Gn 11,1-9: primeira leitura da Vigília). Deus, porém, pôs fim a tal domínio, multiplicando as línguas e culturas. É na diversidade de línguas e culturas que Deus quer ser louvado e adorado. Em Pentecostes Deus refaz a unidade pela mensagem do Evangelho, a ser anunciado a todos os povos, preservando, porém, as diferentes culturas e raças. O que nos une é a linguagem do amor a Deus e ao próximo (Evangelho).

Aclamação ao Evangelho:
Vinde, Espírito Divino,
e enchei com vossos dons os corações dos fiéis;
e acendei nele o amor como um fogo abrasador.


3. Evangelho: Jo 20,19-23
Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio:
Recebei o Espírito Santo!

No domingo da Ascensão ouvimos, no evangelho de Lucas, que Jesus prometia aos discípulos enviar-lhes a “força do alto”, o Espírito Santo, antes de começarem a anunciar “a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações”. Hoje, segundo João, Jesus, no dia de sua ressurreição, se manifesta aos discípulos e concede-lhes o dom do Espírito Santo e a paz. Depois de lhes dizer “a paz esteja convosco”, Jesus se identifica, mostrando-lhes as mãos e o lado perfurados. Ele é o mesmo Jesus crucificado, que cumpriu sua missão, a obra de nossa salvação e volta ao Pai (Jo 20,17). Antes, porém, deixa-nos a tarefa de continuar sua missão: “Como o Pai me enviou também eu vos envio”. Ao voltar para junto do Pai, Jesus promete estar sempre conosco: “Eis que estou convosco, todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20). Esta presença de Cristo se dá por seu Espírito, o Advogado e Consolador que estará sempre ao lado de seus discípulos. Pelo dom de sua vida Jesus nos reconciliou com Deus, manifestando o amor misericordioso do Pai. O presente da Páscoa que nos deixa é o Amor: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados”. Agora confia a seus discípulos a missão de manifestar este mesmo amor misericordioso: “A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados...”. O perdão dado e recebido reconstrói os vínculos do Amor, reconstrói a paz. “Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus”, que é Amor. Nossa missão é vivermos o que anunciamos aos outros. Para isso recebemos a “força do alto”, o Espírito Santo.

Frei Ludovico Garmus, ofm

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