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5º Domingo do Tempo Comum, ano C

08.02.2019
Artigos

5º Domingo do Tempo Comum, ano C

Oração: “Velai, ó Deus, sobre a vossa família, com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção”.

1. Primeira leitura: Is 6,12a.3-8
Aqui estou, envia-me.

Na primeira leitura ouvimos a narrativa da vocação do profeta Isaías. Isaías morava em Jerusalém, bem próximo das elites, e conhecia os abusos praticados contra o povo. Sua vocação acontece no Templo, durante a celebração do culto. Ele mesmo conta a visão divina que teve, as palavras que Deus lhe falava, estabelecendo um diálogo com ele. Enquanto a corte estava ainda abalada pela morte do rei Ozias e sua sucessão, o profeta sente-se transportado para a corte divina. Ele vê o Senhor sentado num trono sublime, vestido de um enorme manto que enchia o Templo, pronto para ouvir a corte celeste e tomar uma decisão. A corte era formada por serafins. Estes aclamavam o Senhor como três vezes “Santo”, porque sua glória enchia toda a terra. O profeta percebe que está sendo chamado para ser mensageiro de Deus. Diante do Senhor “Santo”, sente-se pecador; percebe-se como indigno e despreparado para missão de porta-voz de Deus. Então um dos serafins vem em seu socorro; com uma brasa tirada do altar do incenso purifica os lábios do profeta e comunica-lhe que seu pecado já está perdoado. Isaías ouve, então, a voz do Senhor, dizendo: “Quem enviarei? Quem irá por nós”? E Isaías responde prontamente: “Aqui estou! Envia-me”. A resposta de Isaías revela sua prontidão. Sabia, porém, que haveria de enfrentar dificuldades na missão; por isso, pergunta: “Até quando, Senhor? (Is 6,8-13; cf. 1,2-9).

Salmo responsorial: Sl 137
Vou cantar-vos, ante os anjos, ó Senhor.

1. Segunda Leitura: 1Cor 15, 1-11
É isso o que temos pregado, e é isso o que crestes.

Em todas as Cartas que Paulo escreve (menos Romanos), dirige-se a comunidades por ele fundadas. Por isso suas Cartas têm um caráter mais pastoral que doutrinário. O texto que hoje ouvimos é, ao mesmo tempo, doutrinário e pastoral. Havia entre os cristãos de Corinto perguntas a serem respondidas e dúvidas de fé a serem esclarecidas. Havia quem negasse a ressurreição dos mortos (15,12). Outros se perguntavam como os mortos ressuscitam e com que corpo (15,35). Para reforçar a fé na Ressurreição, Paulo não dá uma resposta científica, mas parte da fé, do evangelho por ele transmitido. O que Paulo recebeu da tradição constitui o núcleo mais antigo do Credo da Igreja: Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ao terceiro dia ressuscitou dos mortos, segundo as Escrituras. Depois cita uma lista de testemunhas da fé no Cristo Ressuscitado. A lista é encabeçada por Cefas (Pedro ou Simão Pedro) e pelos Doze, seguida de centenas de testemunhas, algumas ainda vivas. Menciona, também, a aparição a Tiago e aos apóstolos, por fim, inclui-se a ele mesmo na lista das testemunhas. Considera-se apóstolo de Cristo, embora o menor e mais indigno de todos, porque perseguiu os cristãos. O encontro com o Cristo Ressuscitado marca a conversão e vocação de Paulo.

Aclamação ao Evangelho
“Vinde após mim”! O Senhor lhes falou,
“e vos farei pescadores de homens”.

2. Evangelho: Lc 5,1-11
Deixaram tudo e o seguiram.

Marcos e Mateus falam da visita de Jesus a Nazaré, após narrar parte de sua atividade no entorno do lago da Galileia (Mc 6,1-6; Mt 13,54-58). Jesus já havia escolhido seus discípulos quando entra na sinagoga de sua terra natal. Lucas, depois de falar do batismo de Jesus por João e de seu jejum e tentação no deserto, menciona de passagem a atividade em torno do Lago. Em seguida Jesus vai a Nazaré, sozinho, sem os discípulos, que ainda não tinham sido escolhidos. Somente em Lc 5,1-11 o evangelista narra a escolha dos primeiros discípulos. Eles serão a nova família de Jesus. A visita à sinagoga de Nazaré marca, assim, a ruptura de Jesus com seus familiares e patrícios, prenúncio da ruptura entre o cristianismo e o judaísmo, que acontecia quando Lucas escreve seu evangelho.
O Evangelho de hoje fala da vocação dos primeiros discípulos. Depois de ter pregado nas sinagogas da região, Jesus chega a Cafarnaum já famoso. Na margem do lago, o povo se apinhava ao redor de Jesus, “para ouvir a palavra de Deus”. Jesus viu duas barcas na margem e pescadores que lavavam as redes. Entrou numa das barcas, que era de Simão, e, sentado, continuou ensinando. Ao terminar o discurso, disse a Simão: “Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca”. Simão deve ter pensado “De pesca Jesus não entende nada”, pois passaram a noite inteira sem nada pescar. Mesmo assim acolhe a sugestão e o resultado foi maravilhoso. As redes se rompiam de tanto peixe, de modo que tiveram de chamar a outra barca. Diante do mistério da pessoa de Jesus, Simão reage, como o profeta Isaías (1ª leitura). Movido pela inesperada experiência da presença de Deus, Simão sente-se pecador, prostra-se aos pés de Jesus e diz: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador”. Os irmãos Tiago e João, sócios de Simão, reagiram da mesma forma. Jesus apenas lhe diz: “Não tenhas medo! De hoje em diante serás pescador de homens”. Imediatamente, Simão, Tiago e João largaram tudo e seguiram a Jesus. Os cristãos, e Lucas com eles, entenderam que as palavras de Jesus: “Avança para as águas mais profundas e lançai vossas redes para pesca”, indicava, sobretudo, a missão entre os pagãos (cf. Atos). E as palavras “Não tenhas medo! De hoje em diante serás pescador de homens”, soava como um convite a abraçar o programa de Jesus na vivência e anúncio do Evangelho.
Como reagimos às palavras de Jesus e ao convite do Papa Francisco a sermos uma “Igreja em saída”, sem medo de levar a boa-nova aos pobres de nossos dias?

Frei Ludovico Garmus, ofm

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