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28.06.2018
Artigos

"De todos os temores me livrou o Senhor Deus"

São Pedro e São Paulo, ano C

Oração: “Ó Deus, que hoje nos concedeis a alegria de festejar São Pedro e São Paulo, concedei à vossa Igreja seguir em tudo os ensinamentos destes Apóstolos que nos deram as primícias da fé”.

1.Primeira leitura: At 12,1-11

Agora sei que o Senhor enviou o seu santo anjo
para me libertar do poder de Herodes.


Em At 1,8, ao se despedir de seus discípulos antes da Ascensão, Jesus traça-lhes o roteiro para a futura missão: “Sereis minhas testemunhas em Jerusalém, Judeia e Samaria, até os confins do mundo”. Durante sua vida pública e depois da ressurreição Jesus preparou seus discípulos para esta missão. Escolheu doze, entre os discípulos, e os chamou de apóstolos. Entre os escolhidos destaca-se a figura de Pedro, como líder deles. Depois da última ceia prevê que todos o abandonariam, até mesmo Pedro, que lhe jura fidelidade, embora Jesus lhe dissesse que, naquela noite, haveria de negá-lo três vezes… Mas Jesus rezou por Pedro: “… eu orei por ti, para que tua fé não falhe; e tu, uma vez convertido, confirma os irmãos” (Lc 22,32). De fato, quando Jesus era condenado pelo Sinédrio Pedro negou três vezes que o conhecia. Pedro, porém, logo se arrependeu e “chorou amargamente”. E Jesus, após sua ressurreição, lhe confirma a missão, antes prometida (evangelho), de apascentar seu rebanho: “Apascenta minhas ovelhas, apascenta meus cordeiros” (Evangelho).

O texto que ouvimos, fecha a 1ª parte dos Atos, dedicada mais à missão de Pedro como testemunha de Jesus Cristo. De fato, depois da ascensão de Jesus ao céu e da vinda do Espírito Santo, Pedro deu testemunho de Cristo em Jerusalém, na Judeia e na Samaria. Agora está preso o rei Herodes Agripa planeja executá-lo, como havia feito com Tiago, irmão de João. Mas é libertado milagrosamente da prisão por um anjo, a fim de continuar testemunhando a fé em Cristo e anunciando seu evangelho. No Evangelho e nos Atos dos Apóstolos Lucas deixa claro que, pela força do Espírito Santo, a Boa-Nova da Salvação não pode ficar acorrentada. Por isso, Pedro é libertado porque “enquanto ele era mantido na prisão, a Igreja rezava continuamente por ele” (At 12,5).

Salmo responsorial: Sl 31

De todos os temores me livrou o Senhor Deus.

2. Segunda leitura: 2Tm 4,6-8.17-18

Agora está reservada para mim a coroa da justiça.

São Paulo, nas suas cartas, gosta de usar a linguagem do esporte e da guerra, ao falar de sua ação missionária e da vida cristã. Exemplos não faltam. Hoje ele nos fala que “deu tudo de si” para cumprir sua missão e por isso aguarda a recompensa que lhe está reservada. Paulo está preso. Tem presente a perspectiva do martírio que se aproxima e faz uma avaliação de sua vida missionária. Sua vida foi guiada pela fé, pela esperança e pela caridade (amor). A vida cristã é também um combate, animado pela esperança de vitória, pela fidelidade e amor a Cristo e aos irmãos de fé. É preciso “amor à camisa” (Jesus Cristo), amor ao time (a Igreja). É preciso “suar a camisa” e esperar a recompensa, a coroa da justiça, para que possamos dizer como Paulo: “missão cumprida”.

Aclamação ao Evangelho

Tu és Pedro e sobre esta pedra eu irei construir minha Igreja;

E as portas do inferno não irão derrotá-la.

3. Evangelho: Mt 16,13-19

Tu és Pedro e eu te darei as chaves do Reino dos Céus.

Pedro, como outros discípulos, largou tudo para seguir a Jesus. Tornou-se um entusiasta por Jesus e se destacou pela sua liderança entre os apóstolos. Quando Jesus lhe pergunta: “Quem dizeis que eu sou?” É Pedro que toma a iniciativa e diz: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Esta confissão de fé tornou-se a pedra fundamental da Igreja de Jesus Cristo, como lhe prometeu Jesus. Nesta nova Igreja Pedro recebe o poder de “ligar a desligar” (Mt 16,19) e de apascentar as ovelhas e os cordeiros (Jo 21,15-17). Exige dele apenas que o ame e seja fiel à sua missão. Pedro, em nome de Jesus, conduzirá a Igreja de Cristo, mas quem a constrói é o próprio Cristo. Pedro é um homem como nós, frágil, humano, pecador; mas foi escolhido por Jesus para guiar a sua Igreja. Jurou que será sempre fiel a Jesus, mas o negou três vezes… Jesus o conhecia e mesmo assim o escolheu. Previu que Pedro o negaria três vezes, mas prometeu rezar- por ele, pedindo que, por sua vez, confirmasse seus irmãos na fé. Jesus prometeu dar a Pedro as chaves do reino dos Céus. A tentação é logo pensar em Pedro abrindo as portas do céu quando morremos. Mas, em Mateus, “Reino dos Céus” é a mesma coisa que “Reino de Deus” nos outros evangelhos. Como Mateus escreve, sobretudo, para judeus convertidos a Cristo, evita de pronunciar e escrever o nome de Deus; por isso escreve “Reino dos Céus”.

A missão de um pastor, além de recolher com segurança as ovelhas no seu curral, é também abrir as portas do curral em busca de verdes pastagens e de águas correntes. É isso que o Papa Francisco pede quando nos convida a sermos uma “Igreja em saída”. Porque é no dia-a-dia de nossas vidas que se anuncia e se vive o Reino de Deus. É no seguimento de Jesus Cristo, guiados pelo Papa nosso Pastor, que ganhamos o passa-porte livre para com ele entrarmos na “casa” do Pai do Céu (Jo 14,2-4).

A Igreja de Cristo é uma Igreja em saída, livre das cadeias que prendem a nossos medos e temores (Salmo responsorial). Livres, como Pedro (1ª leitura), para viver e anunciar o Evangelho nos dias de hoje.

Frei Ludovico Garmus, ofm

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