Institucional

29º Domingo do Tempo Comum

16.10.2020
Liturgia

29º Domingo do Tempo Comum

 Oração: “Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor, e vos servir de todo o coração”.

1. Primeira leitura: Is 45,1.3-6
Tomei Ciro pela mão direita,
Para que submeta os povos ao seu domínio.

Por volta do ano 550 a.C., Ciro, rei dos persas conquistou Babilônia, pondo fim ao império babilônico. Surge uma nova esperança entre os judeus deportados, residentes junto ao rio Eufrates. Ciro, o novo rei dos persas, é saudado pelo profeta como o ungido do Senhor, como eram chamados os reis de Israel (1Sm 24,7). Chamar alguém de ungido do Senhor é dizer que Ciro, apesar de ser pagão, foi escolhido por Javé para uma missão especial: permitir o retorno do povo de Deus para a Terra Prometida. A missão de Ciro é submeter os povos a seu domínio, dobrar o orgulho dos reis e abrir um caminho não só para os persas, mas para o Senhor, o Deus de Israel (Is 40,3-5). Os babilônios foram um instrumento de punição nas mãos de Deus para punir o povo infiel; agora, Ciro é o instrumento nas mãos de Deus para cumprir os seus planos de salvação. Para o profeta, Javé, o Deus de Israel, é o único e verdadeiro Deus que conduz a história política universal: “Eu sou o Senhor, e fora de mim não existe outro”.
Você acredita que Deus conduz a história conturbada do povo brasileiro, e do mundo inteiro, para o bem e a salvação de todas as pessoas de boa vontade? O que estamos aprendendo de bom com a pandemia? Uma senhora sábia, falando dos acontecimentos da vida, dizia: “Deus escreve direito por linhas tortas. O pior que a gente não sabe ler”.

Salmo responsorial: Sl 95 (96)
Ó família das nações, dai ao Senhor poder e glória!

2. Segunda leitura: 1Ts 1,1-5b
Recordamo-nos sem cessar da vossa fé,
Da caridade e da esperança.

A 2ª leitura é o início da mais antiga carta do apóstolo Paulo (pelo ano 51 d.C.), enviada à comunidade de Tessalônica. Ao chegar a uma cidade Paulo primeiro procurava a sinagoga judaica local. Em Tessalônica permaneceu mais que três meses. Durante três sábados anunciou foi a sinagoga para anunciar Jesus de Nazaré, crucificado e ressuscitado ao terceiro dia, como o Messias esperado pelos judeus (At 17,1-15). Vendo que Paulo fazia muitos adeptos, alguns judeus provocaram um tumulto e Paulo teve que sair às pressas da cidade. Por isso logo procurou comunicar-se com a nova comunidade por meio de cartas. Na saudação percebemos que Paulo trabalhava na evangelização em equipe, com Silvano e Timóteo. No trecho que ouvimos lembra as virtudes cardeais que animam a comunidade e unem a Cristo: fé, caridade e esperança. Os tessalonicenses, em parte de origem pagã, são os escolhidos em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo. Constata que a comunidade cresce pela ação do Espírito Santo, mais do que por suas palavras. Paulo e seus companheiros são apenas instrumentos da ação da graça divina. Eles anunciam o Evangelho por palavras, mas quem forma e congrega a comunidade é o Espírito Santo.

Aclamação ao Evangelho
Como astros no mundo vós resplandeceis,
Mensagem de vida ao mundo anunciando,
Da vida a Palavra, com fé, proclameis,
Quais astros luzentes no mundo brilheis.

3. Evangelho: Mt 22,15.21
Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.

A pergunta feita a Jesus pelos discípulos dos fariseus, na presença dos soldados de Herodes Antipas (herodianos), era uma armadilha de caráter político. Para captar a simpatia de Jesus eles fazem um elogio: Jesus é verdadeiro, ensina o caminho de Deus e não julga pelas aparências: “É lícito ou não pagar imposto a César?” Se Jesus respondesse “sim”, estaria do lado dos herodianos, que apoiavam os romanos. Neste caso, perderia a simpatia do povo que abominava pagar impostos aos dominadores pagãos. Mas, se respondesse “não”, poderia ser acusado como subversivo. Foi esta a acusação feita contra Jesus diante de Pilatos: “Encontramos este homem subvertendo a nação. Proíbe pagar impostos a César...” (Lc 23,2). Ao fazer seus adversários ver a imagem e a inscrição na moeda, Jesus os obriga a reconhecer que César era quem mandava no país. Uma vez que aceitavam usar sua moeda, deveriam também aceitar as regras do jogo político: “Dai a César o que é de César...” Mas, ao acrescentar “Dai a Deus o que é de Deus”, Jesus está sugerindo que, todos, fomos criados à imagem e semelhança de Deus. A Ele devemos o tributo do louvor e da adoração. Pelos gestos e pela mensagem de Jesus seus adversários deviam reconhecer a presença de Deus e vinda de seu Reino, que Jesus anunciava. No contexto de uma pergunta de caráter político Jesus dá uma resposta que abrange a vida política e religiosa, que serve de orientação para nossa vida cristã.
Jesus nos ensina a sermos coerentes nas coisas políticas, pagando também os devidos impostos. Mas não podemos esquecer as exigências de Deus. Deus não cobra de nós impostos. Pede, sim, o nosso coração: “Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração e a teu próximo como a ti mesmo”. Jesus nos propõe a partilha com os pobres. Isso não significa que “o padre deve ficar na sacristia”, nem que o leigo cristão fique escondido na igreja. Por isso: “Dai a Deus o que é de Deus”, e “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça”.

Frei Ludovico Garmus, ofm

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