Institucional

29º Domingo do Tempo Comum, ano C

18.10.2019
Liturgia

29º Domingo do Tempo Comum, ano C

 Oração: “Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor,
e vos servir de todo o coração”.


1. Primeira leitura: Ex 17,8-13
E, enquanto Moisés conservava a mão levantada, Israel vencia.

O texto da primeira leitura é um episódio das peripécias sofridas pelo povo de Deus rumo à Terra Prometida. Os redatores do Pentateuco colocaram ao longo da longa viagem (40 anos) vários ensinamentos ou catequeses que visavam avivar a fé no Deus libertador do Egito (cf. Ex 15,22–18,27). Na caminhada pelo deserto, os hebreus reclamavam contra Moisés pela escassez de água e alimentos. Sentiam-se abandonados por Deus e fraquejavam na fé: “O Senhor está, ou não está, no meio de nós” (18,7)? Além do mais, beduínos do deserto (amalecitas) ameaçavam exterminar os hebreus. Moisés, então, toma iniciativa de organizar a defesa; manda Josué escolher alguns valentes guerreiros para combater os inimigos. Ele próprio sobe a uma colina em companhia de Aarão e Hur, para suplicar a Deus em favor de Israel. De pé, no alto da colina, com os braços erguidos em oração, Moisés segurava “a vara de Deus na mão” e suplicava em favor do povo. Era a vara ou bastão que Moisés sempre tinha em sua mão, símbolo do poder de Deus (Ex 4,1-5), superior ao poder do faraó. Moisés costumava segurar o bastão na mão, quando operava prodígios no Egito (7,19; 8,1.12; 9,22; 10,12.22), na passagem do Mar Vermelho (14,16) ou quando fez jorrar água do rochedo (17,5-60). Enquanto Moisés orava de braços erguidos, Israel vencia; quando os abaixava, venciam os amalecitas. Então Aarão e Hur fizeram Moisés sentar-se numa pedra e seguraram suas mãos levantadas, até o pôr-do-sol. E, assim, Israel venceu os inimigos.
O texto nos ensina que, tanto no plano pessoal como comunitário, devemos fazer tudo o que podemos para superar as adversidades. Por outro lado, devemos manter firme a fé e dirigir-nos confiantes ao Senhor, que “está no meio de nós”, porque é dele que vem nossa força. É no auxílio do Senhor que devemos confiar (Sl 63,7), pois é dele que vem a salvação (Sl 28,7-8). A fé no Senhor, que é nosso auxílio e salvação, se revigora pela oração perseverante (Evangelho).

Salmo responsorial: Sl 120
Do Senhor é que me vem o meu socorro,
do Senhor que fez o céu e fez a terra.


2. Segunda leitura: 2Tm 3,14–4,2
O homem de Deus seja perfeito e qualificado para toda boa obra.

No final de sua vida, Paulo exorta o bispo Timóteo a permanecer fiel aos ensinamentos recebidos de seus mestres. Timóteo foi iniciado na fé pelos ensinamentos de sua avó Lóide, de sua mãe Eunice (2Tm 1,3-5) e de Paulo. Por isso, desde a infância conhecia as Sagradas Escrituras, sobretudo, o Antigo Testamento, mas também os ensinamentos transmitidos pela pregação cristã. As Sagradas Escrituras, inspiradas por Deus, “comunicam a sabedoria que nos conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus”. Judeus e cristãos tinham a convicção de que as Escrituras são úteis para ensinar, repreender, corrigir e educar para uma vida pautada pela retidão das boas obras. Por meio da escuta e prática da Palavra de Deus, Timóteo e os cristãos serão qualificados para praticar boas obras. Por isso, Paulo insiste com Timóteo que seja incansável em pregar a palavra; que recorra sempre às Sagradas Escrituras, para repreender, corrigir e aconselhar, “com toda a paciência e doutrina”, o seu rebanho.
Na missa, primeiro nos alimentamos da mesa da Palavra: as leituras e a homilia; depois somos convidados a participar da mesa da Eucaristia. Cristo nos alimenta tanto pela palavra como pelo seu corpo e sangue.

Aclamação ao Evangelho: Hb 4,12
A palavra de Deus é viva e eficaz, em suas ações;
Penetrando os sentimentos vai ao íntimo dos corações.


3. Evangelho: Lc 18,1-8
Deus fará justiça aos seus escolhidos que gritam por ele.

A narração do Evangelho de hoje nos coloca, mais uma vez, na viagem que Jesus faz da Galileia para Jerusalém. Os discípulos e o povo seguem a Jesus. Já próximo da meta, Jesus começa a falar-lhes da vinda do reino de Deus (17,20-37), que se cumpre com sua paixão, morte e ressurreição (22,12). É neste contexto que Jesus conta a parábola da viúva e do juiz que não queria lhe fazer justiça. Logo no início, Lucas explica que a intenção da parábola é “mostrar a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir”. Os personagens são a viúva pobre, o juiz “que não temia a Deus e não respeitava ninguém” e Jesus que questiona nossa fé e insiste na oração perseverante. O juiz que não temia a Deus e não respeita ninguém é, provavelmente, um judeu. Como tal, sabia que Deus é o protetor dos órfãos e das viúvas, os mais pobres na escala da pobreza (Ex 22,21-23). A pobre viúva não desistia de pedir ao juiz que lhe fizesse justiça contra o adversário, mas o juiz não a atendia. De tanto persistir no pedido de justiça, finalmente, a viúva dobra o juiz e consegue que lhe fizesse valer os seus direitos. O juiz a atendeu, não porque fosse justo, mas apenas para se livrar da viúva que o importunava; “do contrário, ela vai me bater” – dizia ele. Por fim, Jesus explica a parábola com três perguntas que nos questionam e pedem uma resposta (v. 6-9):
a) “E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele”? De fato, os judeus, dominados pelos romanos, esperavam a vinda do Messias a qualquer hora (cf. Lc 9,18-21). E Jesus, após ser batizado por João, começou a anunciar a boa-nova do Reino de Deus na sinagoga de Nazaré, como resposta ao clamor dos pobres e oprimidos (cf. Lc 4,16-22). Ensina-nos também a rezar: “venha o teu Reino” (Lc 11,2).
b) “Será que vai fazê-los esperar”? Esta pergunta está relacionada à primeira. A resposta divina ao clamor pela justiça é o Reino de Deus, anunciado e vivido por Jesus. Devemos pedir a vinda deste Reino, cheios de esperança. É tarefa dos discípulos de Jesus, anunciar a vinda do Reino de Deus e torná-lo presente pelo exemplo de vida. Em cada geração Deus responde ao clamor dos injustiçados e oprimidos na medida em que nós formos capazes de ouvir e responder ao mesmo clamor. Assim, os que clamam a Deus por socorro serão atendidos antes que o Evangelho seja anunciado a todas as nações (cf. Mc 13,10).
c) “Será que o Filho do Homem, quando vier, ainda vai encontrar fé sobre a terra”? Podemos responder “sim”, quando oramos, sem nunca desistir, pela vinda do Reino de Deus. “Sim”, quando somos capazes de ouvir o clamor dos oprimidos e injustiçados e o levamos pela nossa prece até Deus. “Sim”, quando atendemos este clamor com solidariedade e amor, como o fazia Santa Dulce dos pobres.

Frei Ludovico Garmus, OFM

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