Institucional

24º Domingo do Tempo Comum, ano C

13.09.2019
Liturgia

24º Domingo do Tempo Comum, ano C

 Oração: “Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração”.


1. Primeira leitura: Ex 32,7-11.13-14
E o Senhor desistiu do mal que havia ameaçado fazer.

A primeira leitura nos ensina que a misericórdia divina para com o pecador prevalece sobre a cobrança da Lei de Moisés. No monte Sinai, Deus havia dado a Israel os dez mandamentos e outras leis, por intermédio de Moisés. Firmou também uma aliança (pacto) com o povo libertado da escravidão do Egito. Por esta aliança, Deus escolheu Israel como seu povo. Israel, por sua vez, se comprometia a ter o Senhor como seu único Deus e a observar suas leis. Mas, enquanto Moisés recebia na montanha as tábuas da Lei, o povo caiu na idolatria. Fez para si um bezerro de ouro para adorar e dizia: “Estes são os teus deuses, que te fizeram sair do Egito”. No entanto, na introdução aos dez mandamentos, Deus assim se apresenta: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te libertou do Egito, lugar de escravidão” (Ex 20,2). Portanto, Israel traiu a aliança com seu Deus e tornou-se infiel. Deixou de ser para Deus o “meu povo” e passou a ser “não-meu-povo” (cf. Os 1,9; 2,22-25). Por isso, na leitura de hoje, Deus manda Moisés descer do monte e lhe diz: “Corrompeu-se o teu povo, que tiraste da terra do Egito”. Em outras palavras, Deus já não reconhecia Israel como seu povo que libertou do Egito. Por isso, Deus parece pedir a Moisés que não interceda mais em favor do povo (cf. Jr 7,16; 11,14; 14,11) e que o deixe exterminar Israel, com a promessa de fazer dele uma grande nação. Moisés, porém, é solidário com seu povo, os hebreus, que, em nome de Deus, libertou do Egito, e começou logo a interceder em favor dos hebreus. Pela fé, Moisés tinha consciência que Deus ouve os lamentos dos hebreus oprimidos e se lembra da aliança com Abraão, Isaac e Jacó (Ex 2,23-25; 3,7-10). Moisés tinha consciência que Deus o havia escolhido para libertar seu povo oprimido e conduzi-lo à terra prometida (cf. Ex 2,1-10). Enfim, se Deus exterminasse seu povo seria infiel às promessas que havia feito (cf. Ex 3,7-10). Então, Deus desistiu de cumprir sua ameaça, em atenção à súplica de Moisés.
Podemos resumir assim a mensagem deste texto: Deus é sempre fiel à sua aliança; a misericórdia divina triunfa sobre a justiça da Lei; por outro lado, a súplica confiante dirigida a Deus atrai sua misericórdia.

Salmo responsorial: Sl 50
Vou agora, levantar-me, volto à casa de meu pai.


2. Segunda leitura: 1Tm 1,12-17
Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores.

A segunda leitura de hoje é uma parte da carta que Paulo, talvez quando estava preso em Roma, escreveu a Timóteo, bispo de Éfeso. Com simplicidade apresenta sua própria missão num tom místico. Agradece a Cristo pelo dom da fé e pela força da graça recebida. Ele, que antes blasfemava a Cristo e perseguia nos cristãos, reconhece que, mesmo assim, Cristo o escolhera para servi-lo como pregador do Evangelho. Apesar de ser pecador, Paulo tinha encontrado a misericórdia divina pelo dom da graça, da fé e do amor que há em Cristo Jesus. Agradece, porque “Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores” e Paulo se considera o primeiro deles. Encontrou em Cristo a misericórdia divina, tornando-se modelo para todos os que crêem em Cristo e esperam alcançar a vida eterna.
Reconheço a ação da misericórdia divina em minha vida? Sou capaz de manifestá-la aos outros?

Aclamação ao Evangelho: 2Cor 5,19
O Senhor reconciliou o mundo com Cristo, confiando-nos sua Palavra,
A Palavra da reconciliação, a Palavra que hoje, aqui, nos salva!


3. Evangelho: Lc 15,1-32
Haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte.

Lucas reúne no cap. 15 três parábolas sobre a misericórdia. A liturgia de hoje permite escolher o texto mais curto, com as parábolas da ovelha e da moeda perdidas, ou o texto mais longo, que inclui a parábola do filho pródigo (ver 4º Domingo da Quaresma, ano C). Para melhor entendermos a mensagem convém prestar atenção ao contexto em que são colocadas as parábolas. Jesus, seguido por multidões (23º domingo), está em viagem a Jerusalém. Nessa viagem, Lucas situa muitos ensinamentos do Mestre. A cena de hoje mostra Jesus rodeado de cobradores de imposto e de pecadores, dispostos a escutar seus ensinamentos. Também os fariseus estavam ali, mas apenas para criticá-lo. Os fariseus consideravam-se justos, mas criticavam os publicanos e pecadores. É neste contexto que Jesus conta as três parábolas.
Na parábola da ovelha perdida Jesus traz um exemplo da vida do campo. Um pastor tem cem ovelhas, perde uma, deixa no curral as noventa e nove e vai à procura da única ovelha perdida. Quando a encontra, carrega-a nos ombros e, cheio de alegria, convida os amigos para uma festa. E Jesus arremata a parábola com uma sentença: “Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão”.
Na parábola da moeda perdida, o exemplo trazido é o da dona de casa numa cidade. Toda a sua “poupança” se resumia a dez moedas de prata. Ao perder uma delas, acendeu uma lamparina e procurou cuidadosamente a moeda até encontrá-la. Feliz por ter encontrado a moeda perdida, a mulher convidou as amigas e vizinhas para festejarem com ela. E Jesus conclui: “Haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte”.
A ovelha perdida torna-se até mais querida que as noventa e nove recolhidas no curral; a moeda perdida torna-se mais preciosa que as nove ainda guardadas. A alegria de encontrar a ovelha e a moeda perdidas é partilhada com amigos e vizinhos. Assim também, diz Jesus, a alegria será partilhada no céu, isto é, com Deus e seus anjos, por um só pecador que se converte. Em outras palavras, Deus misericordioso (1ª leitura) quer salvar a todos os que criou em seu amor (cf. Ez 18,32).

Frei Ludovico Garmus, OFM

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