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 23º Domingo do Tempo Comum, ano C 2019

06.09.2019
Liturgia Artigos

23º Domingo do Tempo Comum, ano C 2019

Oração: “Ó Deus, pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que crêem no Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna”.


1. Primeira leitura: Sb 9,13-18
Quem pode conhecer os desígnios do Senhor?

O texto da primeira leitura parte de uma pergunta: Pode o ser humano conhecer os “desígnios”, isto é, os planos do Senhor? E responde que o ser humano é mortal e como tal é incapaz de conhecer, isto é, desvendar qual é o projeto de Deus que lhe diz respeito. Pode conhecer o mundo que o cerca, mas não o desígnio de Deus. Conhecer o desígnio ou vontade de Deus é um dom que Deus nos concede. Iluminado pela Sabedoria do espírito divino, o ser humano aprende como agradar a Deus e será salvo.
A sabedoria transmitida pelas nossas famílias e pela comunidade cristã nos conduzem a Jesus. Cristo, a Sabedoria de Deus, é quem nos ensina o caminho da salvação.

Salmo responsorial: Sl 89
Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós.


2. Segunda leitura: Fm 9b-10.12-17
Recebe-o, não mais como escravo, mas como um irmão querido.

Na segunda leitura é uma parte da menor Carta do apóstolo Paulo. Tem apenas um capítulo. Paulo está preso por causa da pregação do Evangelho. Na prisão está também um escravo fugitivo de nome Onésimo (= inútil), pertencente a um amigo cristão de Paulo, chamado Filêmon. Paulo, já idoso e preso, não deixa de falar de Jesus ao escravo Onésimo, que se converte, é batizado e, assim, torna-se seu “filho”, ou seja: que ele, Paulo, “fez nascer para Cristo na prisão”. Paulo é cidadão romano e respeita as leis do Império referentes a um escravo fugitivo. Dispõe-se a devolver o escravo. Poderia pedir a Filêmon que deixasse Onésimo como seu representante para cuidar de Paulo na prisão. Mas não o faz para não forçar um gesto de bondade de Filêmon. Pede-lhe que receba de volta Onésimo, já não como escravo, propriedade do patrão, mas como irmão muito querido em Cristo, como se recebesse o próprio coração de Paulo. Receba, pois, Onésimo como pessoa humana e como irmão em Cristo, pede Paulo.
Toda a Carta revela a delicadeza de Paulo no trato com os irmãos de fé. Paulo não despreza as leis romanas, mas eleva a relação patrão-escravo a um novo patamar, onde prevalecem os direitos humanos e se vive o Evangelho de Jesus Cristo. Entre os cristãos, diz Paulo, “já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28).
Por fim, Paulo faz um último apelo: recebendo Onésimo como escravo-irmão, Filêmon mostrará que está em comunhão de fé, porque, no escravo fugitivo, recebe também o próprio Paulo. Este devolve o escravo Onésimo a Filêmon, como se fosse “o seu próprio coração”. Paulo ama Onésimo como irmão em Cristo; assim deve recebê-lo Filêmon: já não como simples escravo, mas como irmão.

Aclamação ao Evangelho: Sl 118,135
Fazei brilhar vosso semblante ao vosso servo
e ensinai-me vossas leis e mandamentos.


3. Evangelho: Lc 14,25-33
Qualquer um de vós, se não renunciar a tudo que tem,
não pode ser meu discípulo.

Jesus está a caminho de Jerusalém, onde seria preso, condenado à morte e crucificado. Era uma viagem à Cidade Santa para as celebrações da festa da Páscoa dos judeus e Jesus estava acompanhado por “multidões”. Muita gente do povo e os discípulos pretendiam proclamá-lo rei, mas o propósito de Jesus era cumprir a vontade do Pai. No caminho, Jesus já havia alertado os discípulos que “o Filho do Homem seria entregue nas mãos dos homens” (9,21-22.43-45), porque um profeta devia morrer em Jerusalém (13,31-35). Multidões o acompanhavam para a festa. Mas acompanhar não é a mesma coisa que seguir a Jesus. Exige-se a capacidade de segui-lo no caminho que o levaria ao Gólgota. Por isso Jesus estabelece as condições para alguém se tornar um discípulo: 1) desapego da família e da própria vida; 2) carregar a própria cruz, isto é, as contradições, o desprezo e os sofrimentos que a vida cristã impõe; 3) enfim, renunciar-se a si mesmo, isto é, aos próprios projetos para assumir os que Jesus nos propõe.
Para esclarecer as exigências para os discípulos, Jesus conta duas pequenas parábolas que levam cada pessoa a medir as próprias capacidades de seguir o Mestre. A primeira parábola fala do homem que decidiu construir uma torre, porém foi incapaz de concluí-la. Ficou coberto de vergonha, porque as pessoas que passavam diante a torre inacabada diziam: “Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar”! A construção de uma torre exige mais do que construir uma casa... A segunda parábola fala de um rei que se preparava para a guerra contra um rei inimigo. Segundo Jesus, o rei deve examinar bem, se tem um exército bem treinado, capaz de enfrentar as forças inimigas. Caso contrário, seria melhor enviar embaixadores e negociar a paz. A prudência aconselha a “não dar passos maiores que as pernas”.
Aos discípulos de ontem e de hoje, Jesus ensina que o discípulo precisa renunciar ao projeto pessoal e assumir o de Jesus. Não devemos enquadrar Jesus e sua mensagem em nosso projeto pessoal, mas abraçar o projeto que o Mestre nos propõe.

Frei Ludovico Garmus, OFM

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