Institucional

19º Domingo do Tempo Comum, ano C

07.08.2019
Liturgia

19º Domingo do Tempo Comum, ano C

 Oração: “Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança que prometestes”.


1. Primeira leitura: Sb 18,6-9
Aquilo com que puniste nossos adversários, serviu também para glorificar-nos.

O livro da Sabedoria é o último livro do Antigo Testamento, provavelmente escrito em Alexandria (Egito), entre os anos 30 a.C. e 40 d.C., quando a colônia judaica local sofria severas perseguições. O autor exalta o papel da sabedoria de Deus na criação e na história da salvação, sobretudo ao fazer uma releitura do êxodo do Egito (cf. Sb 16–19). O texto da liturgia de hoje lembra a noite de vigília, em que os hebreus se preparavam para celebrar a páscoa, a travessia do Mar Vermelho outrora realizada. Era uma noite esperada pelos hebreus “como salvação dos justos e perdição dos inimigos”, que perseguiam o povo de Deus. A punição dos inimigos e a libertação da escravidão do Egito preparam a aliança do Sinai. Ali Deus tinha escolhido os hebreus como seu povo eleito, tinha-os libertado da escravidão do Egito, estabelecido com eles uma aliança (“pacto divino”) e, assim, os tinha feito “participar dos mesmos bens e dos mesmos perigos”. Com estas palavras, o autor conforta os judeus perseguidos em Alexandria, lembrando-lhes que ser povo eleito por Deus tem seu preço. O sofrimento, porém, não significa abandono de Deus, porque Ele jamais se esquece da aliança de amor que fez com seu povo. A fé no Deus da aliança, no Libertador da escravidão do Egito, é a âncora mais segura para a comunidade agitada pela perseguição religiosa.

Salmo responsorial: Sl 32
Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança.


2. Segunda leitura: Hb 11,1-2.8-19
Esperava a cidade que tem Deus mesmo por arquiteto e construtor.

Hebreus é a última das catorze epístolas atribuídas a Paulo. Seu verdadeiro autor, porém, é um discípulo anônimo de Paulo. Não escreve propriamente uma carta, mas uma homilia ou exortação a uma comunidade que ele conhece e da qual está ausente. A comunidade é formada por cristãos de origem judaica, da segunda geração, que estavam perdendo o fervor original. O texto quer revigorar a fé e a esperança daqueles cristãos que vivem num ambiente hostil. O autor anônimo parte da seguinte definição de fé: “A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se veem”. Ao longo do texto, ocorre sete vezes a palavra fé. O autor propõe, como testemunho, a fé dos patriarcas: Abraão, Isaac e Jacó. O elogio se concentra em Abraão e Sara. Abraão obedeceu à ordem de Deus e partiu para uma terra desconhecida que lhe seria dada em herança. Pela fé Abraão e Sara, embora estéreis, tornaram-se pais de uma multidão de descendentes, comparável às estrelas do céu. Pela fé na promessa segundo a qual teria uma grande descendência a partir de Isaac, Abraão ofereceu seu filho em sacrifício. Crente que Deus poderia “até ressuscitar os mortos”, recuperou assim seu filho vivo. O autor coloca a fé que Abraão tinha no “Deus dos vivos” como um símbolo da fé cristã na ressurreição dos mortos. Em meio à ameaça de morte em que viviam os cristãos, o autor planta a fé na ressurreição de Cristo como um estandarte de esperança. A fé na ressurreição de Cristo e em nossa ressurreição caminham juntas: “Se Cristo não ressuscitou, a vossa fé é inútil...” (cf. 1Cor 15,17). O Deus de Jesus Cristo “não é Deus dos mortos, e sim, dos vivos” (Mc 12,27).

Aclamação ao Evangelho
É preciso vigiar e ficar de prontidão;
Em que dia o Senhor há de vir, não sabeis, não!


3. Evangelho: Lc 12,32-48
Vós também, ficai preparados!

No evangelho do domingo passado, Jesus criticava a cobiça e o acúmulo dos bens passageiros deste mundo e nos exortava a ser vigilantes e a buscar os bens que não passam. Acima de tudo deve estar o amor a Deus e ao próximo. No evangelho de hoje, Lucas retoma e aprofunda os ensinamentos do texto anterior, aplicando-os à comunidade cristã, que ele chama de “pequenino rebanho, a quem foi dado o Reino”. Esse Reino que Jesus anuncia caracteriza-se pela venda e partilha dos bens com os pobres, para investir no tesouro do céu, que jamais acaba. O cristão deve estar focado em Deus e não nas riquezas deste mundo: “Onde está vosso tesouro, ali também estará vosso coração” (v. 34). Deve estar sempre preparado e vigilante, aguardando a vinda do Senhor, que não tem data marcada. Para esclarecer o sentido do estar vigilante, Jesus conta a parábola dos empregados que devem estar sempre vigilantes para receber seu patrão, quando ele voltar de uma festa de casamento, a qualquer hora da noite (v. 35-40).
No início da segunda parte (v. 41-48), Pedro, em nome dos apóstolos, pergunta a Jesus: “Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos”? Na resposta, Jesus se dirige, sobretudo, aos dirigentes da comunidade cristã, encarregados de vigiar o “pequenino rebanho” e cuidar de seu bem-estar. Jesus é o bom Pastor (cf. Lc 15,1-7; Jo 10,1-18). Encarregou os dirigentes da comunidade (apóstolos e ministros) de cuidar de seu rebanho. Escolhidos pelo Senhor, eles precisam estar bem preparados para vigiar pelo “pequenino rebanho” e, assim, deixá-lo sempre preparado para a segunda vinda do Senhor. Por isso, deles se exigirá mais quando o Senhor vier como juiz dos vivos e dos mortos, no final dos tempos.
O evangelho de hoje contém, como mensagem central, a fé e a esperança na segunda vinda do Senhor. Esta fé tem como desdobramentos práticos: 1) a partilha dos bens deste mundo com os mais pobres; 2) a busca do tesouro mais precioso, que é o amor a Deus sobre todas as coisas e o amor ao próximo como a si mesmo; 3) e a atitude de vigilância na expectativa da segunda vinda do Senhor.
Pergunta: Que prioridade eu coloco em minha vida como cristão?

Frei Ludovico Garmus, ofm

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