Institucional

17º Domingo do Tempo Comum, ano C

26.07.2019
Liturgia

17º Domingo do Tempo Comum, ano C


Oração: “Ó Deus, sois o amparo dos que em vós esperam, e sem vosso auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo; redobrai de amor para conosco, para que, conduzidos por vós, usemos de tal modo os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam.


1. Primeira leitura: Gn 18,20-32
Que o meu Senhor não se irrite, se eu falar.

No domingo passado consideramos como Abraão hospedou três personagens misteriosos e reconheceu neles a presença do Senhor. Na ocasião, recebeu a promessa do nascimento do tão esperado filho herdeiro. Na saída, dois personagens seguiram para Sodoma e Gomorra e um deles ficou para trás, com Abraão. O texto hoje apresentado continua o relato anterior. Quem toma a palavra é o Senhor, que anuncia a Abraão o que estava acontecendo e o que iria acontecer com as duas cidades. O clamor do povo contra as injustiças e violências que ali se cometiam chegava ao Senhor, de maneira cada vez mais forte (ver Ex 2,23-25). Por isso, Deus iria descer até o vale do rio Jordão, que termina no mar Morto, para conferir, se as injustiças correspondiam à intensidade do clamor. Abraão logo percebeu que Deus iria castigar as cidades e começou a interceder em favor do povo. De fato, Deus havia prometido a Abração que, nele, todas as nações seriam abençoadas, mas, agora, a ameaça de castigo iminente parecia contradizer esta promessa (ver Gn 12,1-3). Enquanto intercessor, Abraão assemelha-se a outros intercessores, como Moisés e profetas: Amós, Jeremias e Ezequiel. Coloca em questão a justiça divina: “Vais, realmente, exterminar o justo com o ímpio”? Seis vezes Abraão tenta levar Deus a desistir do castigo coletivo por causa dos possíveis justos que haveria nestas cidades! Começa com 50 justos para chegar até dez possíveis justos, e Deus sempre lhe responde que não destruiria as cidades, mas usaria de misericórdia, mesmo se nelas houvesse apenas dez justos. Na continuação do relato, se vê que não havia nem dez justos! A injustiça e a violência praticadas nessas cidades eram clamorosas e, por isso, foram destruídas; Deus, porém, salva a família de Lot, sobrinho de Abraão.
Vemos como é importante a oração perseverante dos justos. Deus nem sempre atende exatamente ao que pedimos. No entanto, a resposta divina à nossa oração pode nos surpreender e superar em muito o que pedimos (Evangelho). Deus não salva os pecadores por causa da bondade dos justos, e sim, porque Ele é bom e misericordioso.

Salmo responsorial
Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor.


2. Segunda leitura: Cl 2,1-13
Deus vos trouxe para a vida, junto com o Cristo,
E a todos nós perdoou os pecados.

Paulo está preso, aguardando uma possível condenação à morte. Por meio de um secretário dita sua carta aos cristãos de Colossos, cidade na atual Turquia. No pequeno trecho de apenas três versículos, que hoje é lido, Cristo Jesus ocupa o centro. Termos relacionados à nossa união com Cristo são o batismo, o perdão dos pecados, a morte e a vida, a sepultura e a ressurreição. Paulo compara a vida em pecado ao estar morto. Ser mergulhado na água do Batismo equivale a morrer para o pecado e ser sepultado com Cristo. Assim, “com Ele também fostes ressuscitados por meio da fé no poder de Deus, que ressuscitou a Cristo dentre os mortos”. Pela fé e pelo batismo “Deus nos trouxe para a vida, junto com Cristo, e a todos nós perdoou os pecados”. O escravo podia receber a liberdade (alforria), pagando com suas economias o resgate para seu patrão. No caso de não possuir os recursos para obter a liberdade, podia haver pessoas de boa vontade que pagassem a conta do resgate (redenção). Esta linguagem era bem entendida naquele tempo de escravidão. Por isso, Paulo diz que “existia contra nós uma conta a ser paga”. Deus, porém, a cancelou (zerou), “pregando-a na cruz”. Isto é, Jesus Cristo, Filho de Deus, pagou por nós essa conta “pendurada”, entregando sua vida por nós, pregado na cruz.

Aclamação ao Evangelho
Recebestes o Espírito de adoção;
É por ele que clamamos: Abá, Pai!


3. Evangelho: Lc 11,1-13
Pedi e recebereis.

No Evangelho, hoje anunciado, Cristo nos ensina como devemos rezar, dirigindo-nos a Deus, nosso Pai. Com uma pequena parábola ensina-nos também que nossa oração deve ser persistente e confiante, porque Ele é bom. Como era seu costume, Jesus estava em oração num lugar retirado. Ao voltar da oração, um dos discípulos lhe pede: “Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos”. Não sabemos como João Batista ensinava a seus discípulos a rezar. Sabemos pelos evangelhos que João anunciava que o Reino de Deus estava próximo. Convocava todos à conversão com mudança radical de vida e ameaçava os pecadores com o juízo de Deus: “O machado já está posto na raiz da árvore; toda árvore que não produzir frutos (de penitência) será cortada e lançada ao fogo” (Lc 3,9). A imagem que João Batista tinha de Deus era mais a de um juiz que a de um pai. A imagem que Jesus tem de Deus é a de um Pai misericordioso. É o que podemos ver na oração do Pai-Nosso. Lucas inclui apenas cinco pedidos na Oração de Jesus; omite “seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”, e “mas livra-nos do mal”, presentes em Mateus. Os dois primeiros pedidos se dirigem a Deus: que seu nome seja santificado e que venha a nós o seu Reino, isto é, o Reino de Deus-Pai misericordioso. Pedimos que o nome de Deus seja por nós considerado santo, sublime, e que apressemos a vinda de seu Reino, vivendo o que ele nos ensinou. Os demais pedidos são voltados para nossas carências humanas: o pão necessário, o perdão que precisamos receber de Deus e dar aos irmãos, para vivermos a paz que Cristo nos dá e com os irmãos; por fim, pedimos que Deus não permita cairmos em tentação.
A seguir, Jesus conta a parábola do homem que recebeu três hóspedes inesperados em sua casa e foi pedir três pães na casa de seu amigo. O homem confiava que seu amigo haveria de resolver o problema. De tanto importunar o amigo, este lhe deu o necessário, não tanto por ser seu amigo, mas para se livrar da impertinência de seu vizinho. Jesus mesmo tira a lição: “Pedi e recebereis, procurai e encontrareis; batei e vos será aberto...” Em seguida, Jesus reforça nossa confiança em Deus, nosso Pai. Se um pai é capaz de dar coisas boas a um filho que lhe pede, “tanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem. Nem sempre Deus nos dá as “coisas” que lhe pedimos e consideramos boas para nós. A Deus devemos pedir, antes de tudo, o que de melhor Ele nos pode dar: o Espírito Santo, a si mesmo, o seu Amor. Porque não podemos viver o Reino de Deus, já aqui na terra, sem amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

Frei Ludovico Garmus, ofm

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