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3º Domingo da Quaresma

19.03.2019
Artigos Liturgia

3º Domingo da Quaresma

Oração: “Ó Deus, fonte de toda misericórdia e de toda bondade, vós nos indicastes o jejum, a esmola e a oração como remédio contra o pecado. Acolhei esta confissão da nossa fraqueza para que, humilhados pela consciência de nossas faltas, sejamos confortados pela vossa misericórdia”.


1. Primeira leitura: Ex 3,1-8a.13-15
O “Eu sou” enviou-me a vós.

Moisés, nascido numa família de hebreus, foi adotado e educado pela filha do faraó. Mas, ao perceber como os hebreus, seus irmãos de sangue, sofriam pela dura escravidão, revoltou-se e propôs-se a libertá-los. Na tentativa de socorrer seu povo, acabou assassinando um egípcio e teve que fugir para o deserto. Casou-se, então, com uma das filhas de Jetro e cuidava do rebanho de seu sogro. A vida de Moisés parecia resolvida, pois tinha família e trabalho. Mas seus irmãos de sangue continuavam escravos no Egito. Sem dúvida, enquanto cuidava do rebanho, lembrava-se do sofrimento de seu povo. Numa destas andanças pelo deserto ficou surpreso ao ver um espinheiro que ardia em chamas, mas sem se consumir. Na chama de fogo aparece-lhe “o anjo do Senhor”. Curioso, aproxima-se e logo ouve a voz do Senhor: “Não te aproximes! Tira as sandálias dos pés, porque o lugar onde estás é uma terra santa”. Deus então se apresenta como o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó, o Deus dos antepassados. E apresenta-se como um Deus misericordioso, que vê a aflição de seu povo, ouve seu clamor, conhece seu sofrimento e desce para libertá-lo. Deus então chama Moisés para tornar visível a misericórdia divina, porque Moisés também viu a aflição, ouviu o clamor e conheceu o sofrimento dos israelitas. Moisés, porém, perseguido de morte, temia enfrentar o Faraó. No entanto, o mais difícil era convencer seu povo a respeito do projeto divino de libertação e ter autoridade para agir em nome de Deus. Por isso, pergunta pelo nome de quem o enviava para esta missão. E o Senhor lhe responde: “Eu sou aquele que sou”. “Se lhe perguntarem, dirás ‘Eu sou’ enviou-me a vós”.
Deus é Aquele que está aqui, ao lado de Moisés, ao lado dos hebreus oprimidos, a nosso lado, para nos libertar e salvar, porque é misericordioso. Deus vê a aflição do povo, ouve os gritos de socorro dos que são oprimidos, conhece/sabe o quanto eles sofrem, desce para libertá-los e lhes dar a terra prometida. Hoje, Deus ouve os clamores e vê a aflição dos pobres oprimidos quando nós os ouvimos; conhece os sofrimentos dos excluídos quando nos tornamos um “Igreja em saída” e nos colocamos a seu lado para socorrê-los.

Salmo responsorial: Sl 102
O Senhor é bondoso e compassivo.


2. Segunda leitura: 1Cor 10,1-6.10-12
A vida do povo com Moisés no deserto foi escrita para ser exemplo para nós.

Na 1ª carta à Comunidade de Corinto, Paulo apresenta-se como modelo a ser seguido. Ele é como um atleta de Cristo (cf. 1Cor 9,24-27). Tem como meta definida anunciar a boa-nova de Cristo e levar todos os recém-convertidos à união definitiva com o Senhor. Num estádio – diz Paulo –, muitos são os atletas que correm, e apenas um deles conquista a vitória. Para conquistar a vitória, o atleta deve ter a meta bem definida e preparar-se para alcançá-la. O desejo de Paulo é que todos os batizados a alcancem. No texto que ouvimos, o Apóstolo adverte os cristãos de Corinto a não desistirem da corrida apenas iniciada com o batismo. Como argumento, faz uma leitura “espiritual”, isto é, cristã do evento do êxodo do Egito. No relato do êxodo, a nuvem era o símbolo da presença do Deus libertador. A “nuvem” estava presente na saída do Egito, na travessia do mar Vermelho e na caminhada pelo deserto rumo à terra prometida. Sob a proteção da nuvem “todos passaram pelo mar, e todos foram batizados em Moisés, sob a nuvem e pelo mar” (alusão ao batismo em Cristo). Foram alimentados pelo maná (Ceia do Senhor), todos beberam da mesma água tirada do rochedo espiritual – “esse rochedo era o Cristo” –, que os acompanhava no deserto (cf. Mt 16,18; Jo 4,14). No entanto, diz Paulo, a maior parte deles morreu no deserto, não chegou à terra prometida. E comenta: “Esses fatos aconteceram para servirem de exemplo para nós”. O batismo é apenas o início de uma caminhada. Não podemos retroceder ou ficar parados. É preciso seguir o exemplo de Paulo, o atleta de Cristo. Somos “Igreja em saída”, diz o Papa Francisco, uma Igreja que, animada pelo Espírito Santo, caminha com Cristo e em Cristo para a união definitiva com Deus.

Aclamação ao Evangelho
Glória e louvor a vós, ó Cristo.
Convertei-vos, nos diz o Senhor, porque o Reino dos céus está perto.


3. Evangelho: Lc 13,1-9
Se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo.
Jesus estava a caminho de Jerusalém. Ia acompanhado pelos discípulos e pelo povo que vinha da Galileia, para a festa da Páscoa. No caminho, duas vezes havia anunciado aos discípulos que em Jerusalém seria entregue pelos chefes do povo para ser condenado à morte. Durante a viagem, contaram a Jesus que em Jerusalém Pilatos acabara de matar um grupo de galileus, enquanto ofereciam sacrifícios no Templo. A grande afluência de povo para a festa da Páscoa era ocasião para revoltas populares de caráter político, contra a dominação romana. E os romanos intervinham com violência para coibir qualquer tentativa nesse sentido. Esse deve ter sido o motivo da intervenção sangrenta de Pilatos. Na boca do povo, a avaliação do acontecido: esses galileus morreram porque eram pecadores. Ao receber a notícia do massacre, Jesus aproveita a oportunidade para convidar os discípulos e o povo à conversão. Em vez de condenar como pecadores os que sofreram a desgraça, diz Jesus, todos deviam examinar seus pecados e converter-se: “se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo”. Como exemplo, lembra o acidente em que morreram 18 pessoas enquanto construíam a torre de Siloé. Em ambos os casos Jesus não vê o pecado como causa da desgraça, e sim, a desgraça como oportunidade de conversão.
Em seguida, na parábola da figueira estéril, Jesus deixa claro que a misericórdia divina antecede à sua justiça. A vinha era uma espécie de pomar e simboliza o povo de Israel (cf. Is 5,1-7). Na vinha eram plantadas não apenas videiras, mas também outras árvores frutíferas, como a figueira, a oliveira e até mesmo cereais. Deus é o dono que plantou a vinha (Israel) e confiou-a aos cuidados do jardineiro, que é Jesus. Na parábola, o dono, de tempos em tempos, visitava a vinha para conferir a quantidade e qualidade da produção. Ao examinar a figueira, diz ao jardineiro: “Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro”. E mandou cortar a figueira. O jardineiro, porém, pediu ao dono que desse mais um tempo. Ele iria redobrar os cuidados com a figueira. Pode ser – dizia ele – que venha a dar frutos. Se no ano seguinte o patrão não encontrasse os frutos esperados, poderia mandar cortar a figueira. Jesus “não quebra o caniço rachado, nem apaga o pavio que ainda fumega” (Mt 12,20). Deus dá um tempo ao pecador, na esperança que se converta. Mas este tempo tem como limite a vida presente. Por isso, Jesus chora sobre a cidade: “Jerusalém! Jerusalém! ... Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, e tu não quiseste” (Lc 13,34)!
A Quaresma é “o tempo de conversão, o dia da salvação”, que Deus nos dá!





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