Institucional

1º Domingo da Quaresma, ano C

07.03.2019
Liturgia

1º Domingo da Quaresma, ano C

Oração: “Concedei-nos, ó Deus onipotente, que, ao longo esta Quaresma, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa”.


1. Primeira leitura: Dt 26,4-10
Profissão de fé do povo eleito.

No livro do Deuteronômio, Moisés apresenta pela segunda vez a Lei que Israel devia observar, após tomar posse da terra prometida. O texto que hoje ouvimos foi extraído do cap. 26, que conclui o segundo dos cinco discursos de Moisés que compõem o livro. O texto apresenta o rito seguido quando se ofereciam os primeiros frutos da terra (primícias). Para agradecer a Deus pelo dom da terra, o israelita dirigia-se ao santuário e apresentava ao sacerdote uma cesta com os primeiros frutos do início de sua colheita. Nesta ocasião, fazia uma “profissão de fé”, recordando os grandes feitos do Senhor em favor de seu povo. Esta profissão de fé é considerada por alguns como o “pequeno credo histórico” de Israel. Este credo está focado no êxodo do Egito, no dom da libertação e nos compromissos que o povo libertado assume. Lembra a eleição divina de Jacó/Israel, a descida ao Egito, o aumento dos filhos de Israel, a opressão do povo no Egito, a libertação pela mão poderosa do Senhor; a condução pelo deserto e o dom da terra “onde corre leite e mel”. Pronunciada a profissão de fé, o israelita explicava o sentido de sua oferta: “Por isso, agora eu trago os primeiros frutos da terra que tu me deste, Senhor”, e prostrava-se em adoração. O “credo” não cita uma fórmula de verdades abstratas, mas lembra os principais atos salvíficos de Deus em favor do povo de Israel.
A Palavra de Deus ouvida e explicada na homilia é um convite para rezar o “Credo”, com o coração agradecido a Deus por tudo que faz em nossa vida e na vida da Igreja.

Salmo responsorial: Sl 90
Em minhas dores, ó Senhor, permanecei junto de mim!


2. Segunda leitura: Rm 10,8-13
Profissão de fé dos que creem em Cristo.

Paulo não fundou a comunidade cristã de Roma, formada por cristãos provenientes da Palestina e da Síria. Entre eles, certamente, havia cristãos de origem judaica. Paulo desejava conhecer esta comunidade florescente, não para ali permanecer, mas como uma ponte para levar a boa-nova de Cristo até a Espanha. Antes de chegar a Roma, na Carta aos Romanos, Paulo explica à comunidade cristã de Roma o “evangelho” que ele costuma pregar nas igrejas por ele fundadas. Segundo seu evangelho, Cristo Jesus, o Messias esperado, não veio apenas para salvar os judeus. Em Cristo Jesus, a boa-nova da salvação está aberta a judeus e pagãos. Não importa a diferença entre judeu e grego; todos têm o mesmo Senhor, que é generoso para com todos os que o invocam. Por isso, observar a Lei de Moisés não é condição para tornar-se cristão. A fé em Cristo, esta sim, é que salva. “Se com tua boca confessares Jesus como o Senhor e, no teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos Mortos, serás salvo”.
No entanto, não basta confessar a fé da boca para fora. Somos discípulos de Cristo e ele nos convida a seguir seu exemplo e praticar as obras de misericórdia que ele praticou (Gl 5,13-26; cf. Tg 2,14-26).

Aclamação ao Evangelho: Mt 4,4b
Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo, Palavra de Deus.


3. Evangelho: Lc 4,1-13
Jesus, no deserto, era guiado pelo Espírito e foi tentado.

Ao ser batizado por João, Jesus é apresentado pelo Pai como seu Filho: “Tu és o meu Filho amado, de ti eu me agrado” (Lc 3,21-22). Logo em seguida, Lucas introduz a genealogia de Jesus. A genealogia de Lucas começa com José e segue em linha ascendente: “Ao iniciar seu ministério, Jesus tinha uns trinta anos, filho, segundo se pensava, de José” (cf. Lc 4,22), passa por Davi, por Abraão e pelos patriarcas, até chegar a Deus: “... (filho) de Enós, de Set, de Adão, (filho) de Deus” (3,23-38). Só então segue a narrativa das tentações sofridas por Jesus, que hoje ouvimos (4,1-11). Jesus é levado ao deserto pelo Espírito Santo, que pousou sobre Ele após o batismo. É o Filho de Deus que se confronta com o tentador. De fato, nas duas primeiras tentações o diabo chama Jesus de Filho de Deus: “Se és Filho de Deus...”
Na 1ª tentação o diabo sugere a Jesus, que estava com fome, que usasse seu poder divino e transformasse pedras em pão. Jesus responde: “A Escritura diz: ‘não só de pão vive o homem’”. O Filho de Deus não usa seu poder para ser servido, mas para servir. Jesus não veio para resolver sozinho o problema do pão. No milagre da “multiplicação” dos pães, Jesus não transformou pedras em pão, mas dividiu os cinco pães e dois peixes, trazidos por um menino pobre, e os partilhou com mais de cinco mil pessoas. Esse é o milagre, que Jesus propõe como desafio a todos nós, é possível se nos alimentarmos com a Palavra de Deus e seguirmos o exemplo de partilha dado por Jesus.
Na 2ª tentação, o diabo promete entregar a Jesus todo o poder e glória, todas as riquezas e bens deste mundo, com a condição que, prostrado, o adorasse. Novamente Jesus responde com a Escritura: “Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás”. Há muita gente que sucumbe a esta tentação. Coloca as riquezas no lugar de Deus, adora-as e torna-se incapaz de partilhá-las com os necessitados: “Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Lc 16,13). “Onde estiver vosso tesouro, aí também estará o coração” (Mt 6,21). Deus nos criou para amá-lo e servi-lo de todo o coração, para amar e servir ao próximo como a nós mesmos.
Na 3ª tentação o diabo levou Jesus ao Templo, onde os judeus cantavam salmos, serviam e adoravam a Deus. Era o lugar sagrado que Jesus, aos doze anos, chamou de “casa do meu Pai”. Mas, o tentador coloca Jesus no ponto mais alto do Templo e diz: “Se és Filho de Deus, atira-te daqui para baixo”. E cita um salmo de confiança: “Deus ordenará aos seus anjos a teu respeito, que te guardem com cuidado”. E Jesus responde: “A Escritura diz: Não tentarás o Senhor teu Deus”.
O Templo, para Jesus, é o lugar de encontro com Deus, e não um palco para dar espetáculo. O Filho de Deus na sua condição divina não veio para suspender as leis da natureza. Ao contrário, assume a natureza humana em Jesus de Nazaré, para tornar-se solidário com os seres humanos, em tudo, menos no pecado (cf. Fl 2,5-11).

Frei Ludovico Garmus, ofm

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