Institucional

8º Domingo do Tempo Comum, ano C

01.03.2019
Liturgia

8º Domingo do Tempo Comum, ano C

Oração: “Fazei, ó Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram na paz que desejais, e vossa Igreja vos possa servir, alegre e tranquila”.


1. Primeira leitura: Eclo 27,5-8 (gr. 4-7)
Não elogies a ninguém, antes de ouvi-lo falar.
A primeira leitura do 8º Domingo do Tempo Comum traz uma reflexão típica dos livros chamados sapienciais. O livro foi escrito pelo ano 200 a.C., antes da revolta dos Macabeus (167 a.C.). Os livros sapienciais preocupam-se em apontar caminhos para uma vida feliz, através de um bom relacionamento com Deus, fonte da sabedoria, com o próximo e com os bens deste mundo. Esses livros recolhem sentenças dos sábios de seu tempo e de coleções de provérbios do passado, tanto de Israel como de outros povos. Na Bíblia, a coleção mais famosa de provérbios é atribuída a Salomão e se encontra no livro dos Provérbios. Sabemos por experiência que o bom relacionamento com as pessoas depende muito de como usamos da palavra. Palavras sábias constroem pontes, fortalecem amizades, edificam o amor. Uma simples palavra inoportuna é capaz de minar a confiança entre as pessoas e arruinar amizades. Quanto mal fazem as calúnias e “fofocas” – denuncia o Papa Francisco – nas famílias, nas comunidades de fé, na vida política e até mesmo no seio da Igreja!
O texto de hoje concentra-se na figura do homem sábio e em seu oposto, o homem estulto, que são reconhecidos pelo conteúdo da conversa e pelo modo de falar. Os exemplos dados são fruto da observação do homem sábio. O primeiro exemplo vem do trabalho do agricultor que sacode a peneira para separar os grãos de trigo da palha. A ação de sacudir a peneira é comparada com o falar da pessoa; os defeitos da pessoa faladora se comparam à palha que é refugada. O segundo caso compara o trabalho do oleiro que molda vasos e os submete ao fogo: os vasos bons saem do forno sem defeito e os ruins aparecem trincados pelo calor do fogo e são rejeitados (cf. Jr 18,1-4); assim, a pessoa se revela pelo calor da fala: “Toda árvore é conhecida por seus frutos” (Evangelho). – “A palavra revela o coração do homem” (v. 7) e “a boca fala do que o coração está cheio” (Mt 12,34).
O conteúdo de minhas conversas constrói laços de amizade e de amor na família e na comunidade ou os destrói?

Salmo responsorial: Sl 91
Como é bom agradecermos ao Senhor.


2. Segunda leitura: 1Cor 15,54-58
A vitória foi-nos dada por Jesus Cristo.
No 7º domingo Paulo fez uma comparação entre o primeiro Adão, que recebeu a vida de Deus (ser vivo) e o “novo Adão”, Jesus Cristo, Aquele que nos dá a vida nova. Do primeiro Adão herdamos a vida mortal e o pecado. Do novo Adão – “espírito vivificante” – recebemos o perdão dos pecados e, assim, nos tornamos uma nova criatura, participantes de sua ressurreição. A fé na ressurreição de Jesus e na ressurreição dos que nele creem é que enche o coração de alegria e esperança. Hoje, movido pela esperança, Paulo nos projeta para o futuro, quando “o ser mortal será revestido de imortalidade”; quando a morte, causada pelo pecado, será vencida pela vida. Agradece a Deus, porque Ele nos dá a vitória sobre a morte e o pecado, graças à morte e ressurreição de seu Filho Jesus Cristo. Por fim, o Apóstolo conclui, convidando a todos nós a empenhar-nos na obra do Senhor, movidos pela mesma fé.
O cristão jamais vive como um derrotado, mas como alguém vitorioso, pela fé, e alegre na esperança no Senhor Jesus.

Aclamação ao Evangelho: Fl 2,15d-16a
Como astros no mundo vós resplandeceis,
mensagem de vida ao mundo anunciando;
da vida, a palavra, com fé proclamais,
quais astros luzentes no mundo brilhais!


3. Evangelho: Lc 6,39-45
A boca fala do que o coração está cheio.
O evangelho de hoje faz parte do “sermão da planície” de Lucas, que corresponde ao “sermão da montanha” de Mateus. Entre os ouvintes estão os apóstolos e discípulos de Jesus, além de uma multidão de povo proveniente de Jerusalém, de Tiro e de Sidônia (Lc 6,47). Quando Lucas escreve as palavras de Jesus, pelo ano 80 d.C., os conselhos de Jesus se dirigem aos judeus convertidos e, sobretudo, aos pagãos que acolheram a fé em Cristo Jesus. São orientações tanto para os dirigentes da comunidade como para os irmãos de fé. O texto contém quatro pequenas comparações ou parábolas: parábola dos dois cegos (v. 39-40), parábola do cisco e da trave (v. 41-42), parábola da árvore (v. 43-44) e parábola do tesouro (v. 45). A parábola dos dois cegos ensina que a pessoa iluminada por Cristo está preparada para ser luz no caminho de outros, ainda não iluminados pela fé (cegos). O cristão, antes de se tornar mestre, deve ser discípulo. Isso, porém, não pode servir de desculpa para dizer: “eu não estou preparada para ser catequista”! Por outro lado, da parte de quem procura uma orientação na vida cristã se exige discernimento para não escolher um guia tão “cego” quanto ele.
A parábola do cisco e da trave no olho, por um lado, está ligada à afirmação que precede o evangelho de hoje: “Não julgueis e não sereis julgados” (v. 37); por outro lado, está ligada à parábola dos dois cegos (olho!). Lucas refere-se aos que, na comunidade cristã, vivem criticando os outros; veem defeitos no próximo, mas não enxergam seus próprios defeitos, muito maiores.
A terceira parábola traz o exemplo da árvore e de seus frutos. A gente conhece uma árvore boa ou má pelos frutos que produz, bons ou ruins. Qualquer árvore frutífera precisa ser bem cuidada para produzir frutos. Deus é paciente com todas as pessoas. Dá sempre um tempo a mais, como Lucas explica na parábola da figueira estéril (Lc 13,6-9). Precisamos desta paciência divina na vida de nossas comunidades; cuidando com carinho e amor uns aos outros, os bons frutos virão a seu tempo. Sejamos misericordiosos como Deus é misericordioso e pacientes como Deus é paciente.
Por fim, o evangelho se conclui com a parábola do tesouro escondido no coração (1ª leitura) de cada pessoa. Se esse tesouro estiver cheio do amor de Deus, de nossa boca fluirão palavras de bondade. Se o tesouro estiver vazio de Deus, repleto de maldades, da boca sairão apenas maldades.
Abramos as portas de nosso coração para que Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, ali possa fazer sua morada (Jo 14,23)!

Frei Ludovico Garmus, OFM

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