Institucional

6º Domingo do Tempo Comum

15.02.2019
Liturgia

6º Domingo do Tempo Comum

Oração: “Ó Deus, que prometestes permanecer nos corações sinceros e retos, dai-nos, por vossa graça, viver de tal modo, que possais habitar em nós”.


1. Primeira leitura: Jr 17,5-8
Maldito o homem que confia no homem;
feliz o homem que confia no Senhor.

O texto da primeira leitura é uma crítica a Sedecias, o último rei de Judá (597-587 a.C.). Jerusalém já tinha sido conquistada por Nabucodonosor, rei de Babilônia. Conquistada a cidade, Nabucodonosor depôs o rei Joaquin (Jeconias) e o exilou com a classe dirigente para Babilônia. Em seu lugar colocou Sedecias como rei. Passados alguns anos, Sedecias, seguindo a voz de seus conselheiros, tramava uma revolta contra Babilônia, contando com a promessa de apoio do Egito.
O profeta Jeremias, em nome de Deus, dizia que trair o rei da Babilônia era assinar a sentença de morte contra Judá e Jerusalém. Mas, submeter-se aos babilônios era a única saída para salvar da ruína a nação e seu povo (Jr 27,1-8). Neste contexto situam-se as palavras de Jeremias. O profeta critica o rei, ameaçando-o com as maldições do livro do Deuteronômio. Sedecias deixou de confiar em Deus, para confiar nos conselhos dos homens; com isso atraiu sobre a nação as maldições previstas na Lei. Colocar a confiança nos homens era apostar no deserto, sem água e sem vida: “Eles me abandonaram, a fonte de água viva, para cavar para si cisternas rachadas, que não podem conter água”. A bênção, porém, está com quem confia no Senhor. Quem confia no Senhor é comparado a uma árvore plantada junto às águas: ela sempre terá as folhas verdes e produzirá frutos (Salmo responsorial).
Em quem depositamos nossa confiança? Qual é minha fonte de água viva?

Salmo responsorial: Sl 1
É feliz quem a Deus se confia!


2. Segunda leitura: 1Cor 15,12.16-20
Se Cristo não ressuscitou, a vossa fé é vã.

No cap. 15, Paulo procura responder à pergunta da comunidade de Corinto: Que relação tem a ressurreição de Cristo com a nossa ressurreição? No judaísmo do tempo de Jesus, os fariseus acreditavam na ressurreição, mas os saduceus não. Quando, em Atenas, Paulo tentava anunciar como grande novidade que Jesus de Nazaré tinha sido crucificado, mas ao terceiro dia tinha ressuscitado e que nós também ressuscitaríamos, alguns começaram a zombar dele e disseram: “A este respeito te ouviremos noutra ocasião” (At 17,32-34).
Para os ouvintes pagãos era, portanto, difícil acreditar na ressurreição após a morte. Que o fundador de uma nova religião tivesse ressuscitado era até aceitável; seria parte de um mito...
Decepcionado com Atenas que tinha recebido mal o Evangelho, Paulo chega a Corinto e muda o tom de sua pregação. Insiste mais na humanidade de Cristo: “Enquanto os judeus pedem sinais e os gregos procuram sabedoria, nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gregos...” (1Cor 1,22-23). A âncora da fé na ressurreição se fixa na humanidade do Filho de Deus encarnado e no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos. Assumindo a nossa carne, Deus se fez solidário conosco. Partindo da dúvida dos coríntios, assim argumenta o Apóstolo:
• Se os mortos não ressuscitam, Cristo também não ressuscitou.
• Se Cristo não ressuscitou, nossa fé não vale nada e ainda não recebemos o perdão dos pecados.
• Se Cristo não ressuscitou, os que morreram em Cristo não foram salvos.
• Por que cremos na ressurreição? – Se colocamos nossa esperança em Cristo só para esta vida, entre todos os homens somos os mais dignos de compaixão.
• Realidade da fé: “Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram”.

Aclamação ao Evangelho
Ficai muito alegres, saltai de alegria,
pois tendes um prêmio bem grande nos céus.
Ficai muito alegres, saltai de alegria. Amém, aleluia, aleluia.


3. Evangelho: Lc 6,17.20-26
Bem-aventurados os pobres. Ai de vós, ricos.

Na cena anterior ao relato de hoje (v.12-16), Jesus tinha subido com os discípulos a uma montanha, onde tinha passado a noite em oração. De manhã, Jesus tinha chamado os discípulos e escolhido doze dentre eles e os tinha chamado de apóstolos.
Para Lucas, a montanha é o lugar do encontro com Deus e das decisões mais importantes. O evangelho de hoje quer mostrar que, dentre os muitos discípulos que o seguiam, Jesus escolhe doze para sempre acompanhá-lo na missão.
Jesus desce com os companheiros até a planície, porque é lá que a missão acontece. Eles serão enviados em missão (Lc 9,1-6), junto com outros 72 discípulos (Lc 10,1-20). A esses apóstolos e discípulos/discípulas Jesus se dirige no seu sermão, bem como a uma multidão de pessoas, vindas da Judeia, de Tiro e Sidônia. É o “sermão da planície”, correspondente ao “sermão da montanha” de Mateus. Mateus dedica três capítulos ao “sermão da montanha” (cap. 5 a 7) enquanto Lucas se contenta com um (cap. 6). Isso porque, em Lucas, Jesus ensina na viagem da Galileia para Jerusalém (Lc 9,51–19,28) e no caminho para Emaús (24,13-35; cf. At 8,26-40).
As bem-aventuranças constituem o núcleo central da mensagem do Evangelho. Jesus levanta os olhos e se dirige a cada pessoa da multidão de ouvintes, usando o plural “vós”. Na multidão Jesus vê gente pobre e faminta, gente que chora. Olha para o futuro e vê cristãos odiados e sendo expulsos das sinagogas, insultados e amaldiçoados “por causa do Filho do Homem”. Os pobres são chamados felizes, os famintos serão saciados, os que choram haverão de rir, os que são odiados e perseguidos por causa do nome de Jesus são convidados a alegrar-se porque deram testemunho de sua fé e serão recompensados no céu.
Em Lucas são quatro bem-aventuranças – em Mateus são oito. Em Lucas, às quatro bem-aventuranças correspondem quatro maldições: pobres X ricos; os famintos X os que tem fartura; os que choram X os que estão sempre em festa; os que são difamados X os que são elogiados.
O Evangelho nos coloca diante de dois caminhos: o do seguimento de Jesus Cristo ou o de sua rejeição. Não se pode permanecer indiferente diante de Jesus Cristo (Lc 2,34; 10,10-16; 12,49-53). Ou se é a favor ou se é contra: “Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Lc 16,13).

Frei Ludovico Garmus, OFM

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