Institucional

2º Domingo do Advento, ano C

07.12.2018
Liturgia

2º Domingo do Advento, ano C

Oração: Ó Deus todo-poderoso e cheio de misericórdia, nós vos pedimos que nenhuma atividade terrena nos impeça de correr ao encontro do vosso Filho, mas instruídos pela vossa sabedoria, participemos da plenitude de sua vida.


1. Primeira leitura: Br 5,1-9
Deus mostrará o seu esplendor.

O texto de hoje foi escrito no II século a.C., mas seu autor o atribui a Baruc, secretário do profeta Jeremias (sec. VI). Os destinatários do texto são judeus da diáspora, que, depois do exílio, estavam dispersos em várias nações e esperavam a restauração de Judá. Para eles, Jerusalém continuava sendo o ponto de referência, o símbolo que unia a fé de todos os judeus no Deus salvador. O texto hoje lido traz palavras que respiram alegria e esperança. Nelas se manifesta a glória de Deus e seu amor fiel ao povo escolhido. A presença salvadora de Deus ilumina todo o texto. Em nove versículos aparece dez vezes o nome de Deus, e mais duas em que é chamado, “o Eterno”, “o Santo”. O autor retoma as palavras do Segundo Isaías (Is 40–55), dirigidas aos exilados da Babilônia e as atualiza para os inícios da revolta dos Macabeus contra o domínio sírio. Jerusalém cobria-se, então, de vestes de luto e aflição, como a esposa abandonada e esquecida pelo marido (cf. Is 49,14: ‘O Senhor me abandonou, meu Deus me esqueceu’). Como sinal de perdão e reconciliação, o profeta convida Jerusalém a despir as roupas de luto e vestir-se com luxuosas vestes, trazidas por Deus, seu noivo. O Eterno coroa Jerusalém como rainha com um brilhante diadema e cobre-a com um manto da justiça para apresentá-la como esplêndida noiva, portadora da salvação para todas as nações. Para celebrar a nova relação com a Jerusalém renovada, Deus lhe dará um novo nome: “Paz da justiça e glória da piedade”. No domingo passado, Jeremias também anunciava um novo nome para a Jerusalém restaurada: “O Senhor é a nossa justiça”. A troca de nome significa uma nova etapa do relacionamento com Deus, uma missão que Deus confia à pessoa escolhida. Assim, Abrão passa a ser chamado Abraão, quando Deus lhe promete que será pai de muitas nações (Gn 17,5); João Batista recebe um novo nome para indicar sua missão de precursor do Messias (Lc 1,57-66); Saulo, ao iniciar a missão entre os pagãos, passa a ser chamado “Paulo” (At 13).
Quando acontecer a salvação de Israel, o próprio Deus preparará o caminho do retorno de seu povo, a natureza se transformará, “manifestando a misericórdia e a justiça que dele procedem”.

Salmo responsorial: Sl 125
Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!


2. Segunda leitura: Fl 1,4-6.8-11
Ficareis puros e sem defeito para o dia de Cristo.

Paulo se dirige à comunidade de Filipos, expressando toda a sua alegria e afeto. É a primeira comunidade fundada por Paulo e Silas na Europa. Era um grupo composto de judeus e simpatizantes do judaísmo, liderado por uma mulher chamada Lídia, que se reunia aos sábados num “lugar de oração”, fora dos muros da cidade (At 16,6-15). Eles acolheram de coração aberto e com alegria a Boa-Nova Jesus Cristo. Paulo anunciava com alegria o Evangelho, alegria que contagiou a comunidade, formada, sobretudo, por mulheres. Paulo agradece a Deus o apoio que os filipenses sempre lhe deram na divulgação do Evangelho. Reza para que, enquanto esperam a vinda de Cristo Jesus, cresçam no amor e levem à perfeição a “boa obra” neles iniciada por Deus. Produzam “o fruto da justiça”, que Jesus Cristo plantou no coração deles.
A comunidade acolhedora de Filipos é um exemplo vivo da “Alegria do Evangelho” que deve brilhar em nossa vida cristã, como fala o Papa Francisco. É pela prática do bem que Deus por nós é louvado e glorificado.

Aclamação ao Evangelho: Lc 3,4.6

Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas.
Toda a carne há de ver, a salvação do nosso Deus.


3. Evangelho: Lc 3,1-6
Todas as pessoas verão a salvação de Deus.

Lucas situa o início da atividade de João Batista no contexto histórico universal e local, para marcar a importância de seu ministério. Tibério César era então o imperador romano; Pilatos era o governador da Judeia; Herodes Antipas governava a Galileia; Herodes Filipe, a Itureia e Traconítide, e Lisânias, a Abilene; Anás e Caifás eram os sumos sacerdotes. João Batista é apresentado como um profeta do Antigo Testamento, a quem “a palavra de Deus foi dirigida” no deserto. O deserto, para Israel, é o lugar em que Deus se encontra com seu povo, libertado da escravidão; faz com ele uma aliança e põe à prova sua fidelidade. João Batista percorre a região do deserto de Judá ao longo do rio Jordão, prega “um batismo de conversão para o perdão dos pecados”. Seu lema é tirado do Profeta Isaías: “preparai o caminho do Senhor”, do Senhor que vem salvar seu povo. O batismo de conversão exige eliminar os obstáculos que colocamos para a salvação que Deus vem nos trazer. As veredas e os caminhos tortuosos a serem endireitados (1ª leitura) são frutos do pecado que nos desviam e afastam do Senhor. Com Jeremias podemos clamar: “Faze-me voltar e eu voltarei [a ti], porque tu és o Senhor meu Deus” (Jr 31,18b). Endireitar os caminhos tortuosos é abrir o coração para Deus, que vem nos trazer a salvação: “Deixai-vos reconciliar com Deus” (2Cor 5,20b). A salvação que Deus vem nos trazer é para todos os que por ele são amados (Lc 2,14) e se deixam reconciliar com ele. A salvação está aberta para todos: “Todas as pessoas verão a salvação de Deus”.
Cabe-nos preparar o coração para acolher o Senhor que vem nos trazer a Salvação. Preparar-se é buscá-lo de todo o coração. É pedir que nos mostre o caminho para encontrá-lo, como pede Santo Anselmo: “Senhor meu Deus, ensinai a meu coração onde e como vos procurar, onde e como vos encontrar”.

Frei Ludovico Garmus, ofm

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