Institucional

29º Domingo do Tempo Comum, ano B

19.10.2018
Liturgia

29º Domingo do Tempo Comum, ano B

Oração: “Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor, e vos servir de todo o coração”.


1. Primeira leitura: Is 53,10-11
Oferecendo sua vida em expiação,
ele terá descendência duradoura.

Na segunda parte do Livro de Isaías (Is 40–55) estão inseridos quatro hinos, chamados Cânticos do Servo do Senhor. O texto que apresentamos faz parte do quarto cântico, cujo texto integral é lido da 6ª Feira Santa. O Servo Sofredor pode representar um indivíduo ou o próprio povo de Israel, exilado na Babilônia. No texto, devemos prestar atenção a três personagens: Deus, que tem um plano de salvação; o Servo Sofredor, que obedece e executa este plano; e os inúmeros homens justificados. No mesmo relacionamento estamos nós, enquanto assembleia que celebra a Eucaristia. O sofrimento do Servo faz parte do plano de Deus – “o Senhor quis macerá-lo com sofrimentos”. O Servo, que é justo, cumpre a vontade do Senhor. Oferecendo sua vida em expiação pelos pecados de outros, “fará justos inúmeros homens”, “terá uma descendência duradoura” e “alcançará luz e uma ciência duradoura”. A figura deste Servo Sofredor é misteriosa. Por isso e com razão, o camareiro etíope perguntava ao diácono Filipe sobre o significado desta figura: “Dize-me de quem o profeta está falando? De si mesmo ou de outro”? E Filipe pôs-se a falar de Jesus: Ele é o Servo do Senhor, que deu sua vida por nosso amor (At 8,34-35). Nós somos sua descendência duradoura (Evangelho)!
Salmo responsorial: Sl 32
Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça,
pois em vós nós esperamos!


2. Segunda leitura: Hb 4,14-16
Aproximemo-nos, com confiança, do trono da graça.

No domingo passado atestamos que a Palavra de Deus é viva e eficaz, penetra o mais profundo do ser humano. Ela se identifica com o próprio Filho de Deus feito homem, pelo qual Deus nos comunica seu amor. No texto de hoje o autor compara Jesus ao sumo sacerdote. No judaísmo, este tinha como função coordenar os servidores do Templo, supervisionar o culto, oferecer o sacrifício diário e executar os ritos de expiação dos pecados. Era considerado o mediador por excelência entre Deus e seu povo. O sumo sacerdote representava, sobretudo, a relação do povo com Deus, pela oferta de sacrifícios e pela intercessão. O sacerdócio de Jesus, porém, é superior ao judaico porque, como Filho de Deus, assumiu a natureza humana. Fez-se solidário com os homens em tudo, menos no pecado. É capaz de compadecer-se de nossas fraquezas porque foi provado pelo sofrimento. O Filho de Deus aproximou-se de nós. Por isso podemos nos aproximar dele com toda confiança e obter a graça de sua misericórdia. Com estas palavras, o autor quer fortalecer a confiança dos judeu-cristãos que fraquejavam em sua fé em Jesus Cristo.

Aclamação ao Evangelho:
Jesus Cristo veio servir, Cristo veio dar sua vida.
Jesus Cristo veio salvar, viva Cristo, Cristo viva!


3. Evangelho: Mc 10,35-45 a Jerusalém

O Filho do Homem não veio para ser servido,
mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos.

O texto de hoje faz parte do caminho de Jesus com os discípulos e o povo, que o seguem rumo a Jerusalém. Nos domingos anteriores, no caminho, Jesus esclarecia sua missão como Cristo/Messias, filho de Davi, e como devem agir os discípulos que o seguem. Na cena anterior ao presente texto vimos Jesus indo à frente, enquanto os discípulos “o seguiam apreensivos e apavorados”. É que Jesus, pela terceira vez, lhes anunciava que seria condenado à morte pelos sumos sacerdotes e escribas e entregue aos pagãos. Que projeto haveria de se cumprir? O de Jesus ou o de seus discípulos apreensivos? A cena de hoje mostra os discípulos seguindo fisicamente a Jesus, mas ainda sem ter acolhido o projeto de Deus a respeito de Jesus Messias. Na cabeça deles vigorava o projeto do poder e não o do serviço, abraçado por Jesus, o Servo Sofredor. Tanto assim que planejavam para a entrada em Jerusalém, proclamá-lo rei, o Messias descendente de Davi. Tiago e João, por sua vez, ambicionavam uma posição especial ao lado de Jesus neste reino sonhado pelos doze: “Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda, quando estiveres na tua glória”. Jesus lhes pergunta se sabiam o que estavam pedindo: “Podeis beber o cálice que eu vou beber”? E eles respondem: “Podemos”. Os dois pensavam no cálice que o servente devia provar antes de oferecer ao rei, para evitar um possível envenenamento. Eram até corajosos, pois o cargo ambicionado exigia confiança e também risco de vida. Jesus pensa no cálice do sofrimento (Mc 14,36) e lhes diz: “Vós bebereis o cálice que eu vou beber”, mas o lugar de honra ao seu lado já estava reservado para outros (A propósito, Tiago é o primeiro apóstolo a sofrer o martírio pelo nome de Jesus (At 12,1-2)). Ao saber do pedido de Tiago e João, os outros ficaram indignados. Jesus, então chamou os doze para lhes dar uma lição. A proposta de Jesus não é a do poder ambicionado pelos chefes das nações que tiranizam os povos. “Entre vós não deve ser assim”! Quem quiser ser grande ou o primeiro deve servir como escravo de todos. O caminho do discípulo é o do Mestre: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”. O caminho ensinado e vivido por Jesus é também o caminho de todo cristão (cf. Jo 13).
Frei Ludovico Garmus, ofm

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