Institucional

O Filho do Homem vai ser entregue

21.09.2018
Liturgia

O Filho do Homem vai ser entregue

 25º Domingo do Tempo Comum, ano B

Oração:“Ó Pai, que resumistes toda a lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna”.

1. Primeira leitura: Sb 2,12.17-20
Vamos condená-lo à morte vergonhosa.

O Livro da Sabedoria é contemporâneo a Jesus Cristo e foi escrito na diáspora dos judeus de Alexandria. É um verdadeiro tratado de “teologia política”, uma crítica sapiencial aos governantes. A comunidade judaica sofria perseguições, opressões e discriminações por parte das autoridades gregas e romanas, apoiadas por judeus que abandonaram a fé. O texto que ouvimos descreve o conflito entre os ímpios – judeus que renegaram sua fé – e os justos, isto é, judeus piedosos, observantes da Lei. Este conflito está também presente no livro dos Salmos (cf. Sl 1). Mais do que as palavras, a própria vida dos justos condena as ações destes judeus ímpios, que imitavam o comportamento dos pagãos. Os ímpios sentem-se incomodados pela fé e pelas práticas dos justos e ficam indignados que se considerem “filhos de Deus”. Por isso, tramam todo tipo de ofensas e torturas, atentam contra a própria vida dos justos, para ver se Deus virá para socorrê-los e libertá-los de suas mãos. As injúrias dos ímpios contra os justos lembram as que Jesus sofreu na cruz (ver o Evangelho e Mt20,18-19; 27,38-44).

Salmo responsorial: Sl 53
É o Senhor quem sustenta minha vida!


2. Segunda leitura: Tg 3,16–4,3
O fruto da justiça é semeado na paz, para aqueles que promovem a paz.

Tiago critica a falta de coerência dos cristãos de seu tempo. É uma comunidade dividida por rixas, inveja, rivalidades e injustiças.Uma comunidade carente de paz, necessitada de amor. Faltava-lhes a “sabedoria que vem do alto”, a sabedoria do Evangelho. Tiago faz o elogia desta sabedoria: Ela é pura, pacífica, modesta, conciliadora, é misericordiosa, é imparcial e sincera. Elogio parecido com o de Paulo aos frutos da caridade/amor (1Cor 13). A comunidade perdera o seu foco, que é a pessoa de Jesus Cristo e sua mensagem(Evangelho). Até nas orações pediam coisas supérfluas, menos a “sabedoria que vem do alto”.

Aclamação ao Evangelho
Pelo Evangelho o Pai nos chamou,
a fim de alcançarmos a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo.


3. Evangelho: Mc 9,30-37
O Filho do Homem vai ser entregue... Se alguém quiser ser o primeiro,
que seja aquele que serve a todos.

Estamos no bloco central do Evangelho de Marcos (8,27–10,52). Nesta parte, Pedro confessa que Jesus é o Messias, o Ungido do Senhor. Jesus, por sua vez, ensina e explica em que sentido ele é o Cristo / Messias. Não é o filho de Davi que vai tomar conta do poder político e religioso em Jerusalém, mas o Servo Sofredor. Ensina também que o discípulo deve seguir o caminho do Mestre, como já vimos no domingo passado. Também no evangelho de hoje Jesus continua ensinando, a caminho de Jerusalém. Mais uma vezanuncia aos discípulos que Ele, o Filho do Homem, será entregue nas mãos dos homens, será morto, mas após três dias ressuscitará.
Marcos comenta que eles não estavam entendo o que Jesus lhes falava e tinham medo de perguntar. Maus discípulos que não querem que o Mestre lhes explique as dúvidas. Foi mais fácil Jesus curar o surdo-mudo (7,31-37) e o cego, mesmo em dois tempos (8,22-26), do que curar a cegueira e a surdez de seus discípulos. Eles pressentiam o perigo nas palavras do Mestre e tinham medo, mas faziam como o avestruz, que enterra a cabeça na areia para fugir do perigo. Na realidade, eles não queriam desistir de seu projeto de fazer de Jesus um Messias-Rei. Por isso, já estavam distribuindo os cargos neste novo reino e discutiam entre si quem deles seria o maior. Nas discussões acaloradas deve ter crescido o ciúme e a rivalidade. Ao chegarem a Cafarnaum, Jesus perguntou o que estavam discutindo no caminho. Eles ficaram calados. Jesus, então, senta-se, como Mestre, para lhes ensinar o caminho do discípulo: “Quem quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos”.
Esta á a postura do Mestre na última ceia: “Se, pois, eu, Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros” (Jo 13,14). Os discípulos queriam ser os primeiros, os maiores, e disputavam entre si um lugar de honra no imaginado reino de Jesus em Jerusalém. Para estes “maiores”, Jesus, sentado, continua ensinando. Pegou uma criança, colocou-a no meio, junto de si, abraçou-a e disse: “Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que está acolhendo”. Jesus se faz pequeno para abraçar todos os pequenos, os pobres e os sofredores e nos convida a fazermos o mesmo. Fazendo assim, acolhemos o próprio Deus, que se identifica com os pobres, famintos, nus e presos injustamente (Mt 25,31-46). Eis o “caminho” do discípulo, neste mundo repleto de sofredores em que estamos vivendo.

Frei Ludovico Garmus, ofm

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